Aumento Vergonhoso

O reajuste dos vencimentos dos ministros do STF trará desdobramentos sérios para a caótica situação das contas públicas brasileiras, que depois de bagunçadas por Dilma, nunca mais encontraram o caminho do equilíbrio. Os sucessivos déficits dificultam a imagem do Brasil no exterior e a vida dos brasileiros.

O aumento concedido produz efeitos perigosos. Mas os parlamentares que aprovaram a medida preferiram dar de ombros para a opinião pública, que já cassou nas urnas o mandato de muitos deles, que em breve voltam para casa. Não há certeza se a aprovação foi um ato de rebeldia ou troco contra o povo. Independente do motivo, os parlamentares que votaram por aumentar o teto, votaram contra o Brasil.

O aumento para o Judiciário está condicionado a um fato: a suspensão do auxílio moradia – aquilo que foi negociado com o governo Temer. O aumento de despesas começa no Judiciário, mas se espalha por todo Estado brasileiro em efeito cascata, aumentando o custo das contas púbicas em mais de 6 bilhões – em várias esferas e níveis da administração pública. Em tempos de ajuste fiscal e busca de credibilidade no exterior, não poderia haver notícia pior. Os parlamentares ao votar esta chamada “pauta bomba” ajudaram a inviabilizar o ajuste das contas públicas brasileiras.

Não possuímos apenas um dos judiciários mais caros do mundo, mas também o país onde os magistrados recebem os salários mais altos em relação a média da população. Enquanto no Brasil corresponde a 16 vezes a renda média, na União Europeia, um juiz da Suprema Corte dos países do bloco ganha 4,5 vezes mais que a renda média do continente. Como vemos, uma distância que era enorme, acaba de aumentar ainda mais.

Os parlamentares e os magistrados deveriam primeiro olhar para o país, mas parecem estar descolados da realidade. Precisamos de maior renda para poder distribuir riqueza. O caminho escolhido é oposto, que vai contra tudo aquilo que o eleitor esboçou nas urnas semanas atrás. Ao aprovar medidas como esta, de aumento sem receita, os políticos parecem não ter escutado a voz das ruas, colocando-se de costas para o povo. A eleição de Bolsonaro foi apenas a primeira reação de um povo que cansou deste estado de coisas.

Por Márcio Coimbra, estrategista Político

Instituto Casa Política

www.casapolitica.com.br

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  1. O que mais me deixa aborrecido é que bastava uma conversa entre Temer e o presidente que vai assumir esse pepino ano que vem, para que um veto fosse arranjado.

    Mas Bolsonaro lavou as mãos.