Emílio diz que caixa 2 é modelo reinante no País

O empresário Emílio Odebrecht, patriarca do grupo, afirmou nesta segunda-feira, 13, ao juiz federal Sérgio Moro, dos processos da Operação Lava Jato, em Curitiba, que os pagamentos não contabilizados, o caixa 2, existem e reinaram desde seu antepassado no Brasil. Ele depôs como testemunha de defesa do filho Marcelo Bahia Odebrecht, que está preso desde 19 de junho de 2015, segundo jornal O Estado de São Paulo.

“Isso (caixa 2) sempre foi o modelo reinante no País e que veio até recentemente. Porque houve o impedimento e foi a partir de 2014 e 2015. Mas até então, sempre existiu, desde a minha época, da época do meu pai, da minha época e também de Marcelo, de todos aqueles que foram executivos do grupo”, afirmou Emílio.

Os depoimentos de Emílio Odebrecht e do ex-executivo do grupo Márcio Faria, que fizeram delação premiada com a Procuradoria Geral da República (PGR), foram colocados sob sigilo, por Moro, a pedido da defesa. A reportagem teve acesso aos vídeos.

Emílio falou a Moro por videoconferência, da Justiça Federal, em São Paulo. Ele negou corrupção na Petrobras e argumentou que não foi o filho, Marcelo, o responsável pelos pagamentos não contabilizados da empresa.

“O senhor tinha conhecimentos de pagamentos não contabilizados pela Norberto Odebrecht?”, questionou a defesa de Marcelo.

“Sim. Sabia que existia, exatamente uso de recursos não contabilizados”, respondeu Emílio.

O advogado questionou se a “sistemática de pagamentos de recursos não contabilizados” da Odebrecht foi criada pelo presidente afastado do grupo Marcelo Odebrecht, que é réu no processo.

“Não, em hipótese nenhuma.”

Nessa ação penal, o herdeiro do grupo é réu por pagar propinas para o PT via ex-ministro Antonio Palocci.

Emílio lembrou que em sua época à frente do comando da Odebrecht, antes de Marcelo, já se pagava caixa 2 e que dois executivos do grupo eram os homens de sua confiança responsáveis por esses pagamentos. “Um falecido e outro com alzheimer.”

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