Fórum da Liberdade: um ensaio para os debates

Os pilares para a transformação do Brasil em um país mais desenvolvido estiveram em debate no 31º Fórum da Liberdade, que ocorreu nos dias 9 e 10 de abril no Centro de Eventos da PUCRS, em Porto Alegre. Com o tema “A voz da mudança”, o evento teve como destaques um painel com seis pré-candidatos à presidência da República e uma palestra do juiz federal Sérgio Moro.

Para um auditório lotado, os presidenciáveis encerraram o primeiro dia de atividades do fórum. Os postulantes ao Palácio do Planalto tiveram 15 minutos para apresentar suas ideias sobre o futuro do país. Em seguida, responderam a questionamentos da plateia.

O primeiro a subir ao palco foi João Amoêdo, do NOVO, que criticou o desequilíbrio das contas públicas, os altos juros e o Estado intervencionista e paternalista. “Se nada for feito, toda a nossa arrecadação será usada exclusivamente para o pagamento de aposentadorias”, criticou.

Para Henrique Meirelles (MDB), o empreendedorismo no país precisa ser debatido, pois não há estrutura para tal. “O fundamental é ter um eixo de responsabilidade de macroeconomia, a partir do qual as pessoas possam crescer para gerar emprego e renda”, afirmou.

“Para pagar o serviço público, não há recurso. Mas para pagar cheques de seis dígitos, há dinheiro”, criticou Flávio Rocha (PRB), que chamou atenção para a falta de investimentos nos serviços públicos e o pagamento de propinas em diversos escândalos de corrupção.

Questionado sobre privatizações, Ciro Gomes (PDT) admitiu que as enxerga como ferramentas. “Nossas ideias fixas estão nos deixando de fora de possíveis parcerias internacionais. Que tipo de Estado precisamos? Nem grande, nem pequeno, mas o necessário”, defendeu.

Para Marina Silva, da Rede, o país a ser alcançado é aquele em que os preceitos se baseiam em fraternidade, lealdade e irmandade. “Nós queremos ser socialmente justos e economicamente equilibrados, tendo a ética como valor de união entre indivíduos e natureza”, destacou.

Encerrando o painel, Geraldo Alckmin (PSDB) enfatizou a necessidade de reformas para que o Brasil tenha crescimento sustentável. “Não adianta crescimento cíclico, porque o país vai cair novamente. Precisamos resolver a causa, para cessar a consequência.”

Lava Jato e Mãos Limpas

No segundo dia de debates, o juiz federal Sérgio Moro foi o grande destaque. Responsável por expedir a ordem de prisão contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o magistrado participou do painel “A Lei”, ao lado do promotor Antonio Di Pietro, da Operação Mãos Limpas, da Itália, e do professor de ciência política Adriano Gianturco.

“Nós não somos inerentemente corruptos. Nós criamos um ambiente que favorece a corrupção. A questão é fazer a coisa certa”, assinalou Moro. Para o juiz, “não pode o agente do setor privado reclamar da ineficiência do Estado e da corrupção quando ele mesmo não faz a sua parte”.

Nos dois dias de debates, o fórum reuniu especialistas nacionais e internacionais, que debateram assuntos como novos caminhos para a América Latina, politicamente incorreto e empreendedorismo. Também palestraram o psiquiatra inglês Theodore Dalrymple, o presidente do Conselho de Administração do Ayn Rand Institute, Yaron Brook, a escritora Lya Luft, o ex-presidente boliviano Carlos Mesa e o ex-treinador da Seleção Brasileira de Vôlei Bernardinho.

No evento, foram entregues ainda o Prêmio Libertas, que reconheceu o consultor em governança corporativa Carlos Bierdermann, e o Prêmio Liberdade de Imprensa, para Miguel Otero, CEO do jornal El Nacional, da Venezuela. O Fórum da Liberdade teve o patrocínio de Atlas Project, CMPC, Gerdau, Grupo RBS e Ipiranga.

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