Incêndio destrói o Museu Nacional no Rio de Janeiro

Manifestações foram marcadas para esta segunda-feira (3) em defesa do Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, que foi destruído por um incêndio de grandes proporções neste domingo (2). No Rio, há atos previstos em frente à instituição, em São Cristóvão, e na Cinelândia, no Centro. Em São Paulo, o protesto vai começar às 18h em frente ao MASP (Museu de arte de São Paulo).

A instituição completou 200 anos em 2018 e passava por dificuldades financeiras geradas pelo corte em seu orçamento. O museu possuía um acervo com mais de 20 milhões de peças.

Nesta segunda, o Corpo de Bombeiros ainda realiza o trabalho de rescaldo. Será necessário aguardar o resfriamento do local para entrar no edifício e averiguar as condições do interior do prédio.

O presidente Michel Temer se manifestou em suas redes sociais: “Incalculável para o Brasil a perda do acervo do Museu Nacional. Foram perdidos 200 anos de trabalho, pesquisa e conhecimento. O valor p/ nossa história não se pode mensurar, pelos danos ao prédio que abrigou a família real durante o Império. É um dia triste para todos brasileiros”.

O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, classificou como “imensa tragédia” o incêndio no Museu Nacional do Rio e disse que o dia é de “luto”. Em nota, ele lembrou que o local é vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e que reúne um “acervo fabuloso”.

Em nota, Sá Leitão ressaltou que foi assinado, em junho, um contrato de patrocínio com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no valor de R$ 21,7 milhões.

“Tenho procurado ajudar a instituição desde que entrei no MinC. O Instituto Brasileiro de Museus realizou diversas ações”, informa a nota.

História

Mais antiga instituição histórica do país, o Museu Nacional do Rio foi fundado por D.João VI, em 1818. É vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com perfil acadêmico e científico. Tem nota elevada por reunir pesquisas raras, como esqueletos de animais pré-históricos e múmias.

O local foi sede da primeira Assembleia Constituinte Republicana de 1889 a 1891, antes de ser destinado ao uso de museu, em 1892. O edifício é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

No acervo, com cerca de 20 milhões de itens, há diversificação nas peças, pois reúne coleções de geologia, paleontologia, botânica, zoologia e arqueologia. Há, ainda, uma biblioteca com livros com obras raras.

O Museu Nacional do Rio oferece cursos de extensão e pós-graduação em várias áreas de conhecimento. Para esta semana, era esperado um debate sobre a independência do país. No próximo mês, estava previsto o IV Simpósio Brasileiro de Paleontoinvertebrados no local.

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