Mais de 200 venezuelanos são transferidos a outros estados

O programa de interiorização dos venezuelanos transferiu mais 204 imigrantes de Boa Vista para Brasília, São Paulo e Esteio (RS). Os refugiados saíram da capital roraimense em voo da Força Aérea Brasileira no início da manhã de ontem.

O deslocamento está sendo coordenado pelo governo federal em parceria com agências da Organização das Nações Unidas (ONU) e apoio de entidades da sociedade civil e autoridades locais.

Em Brasília, os quatro venezuelanos participam de uma nova modalidade de interiorização, a reunificação familiar. Eles reencontrarão familiares que moram em Goiás e não ficarão em abrigos e, em São Paulo, os 75 venezuelanos ficarão em quatro abrigos – três deles administrados pela prefeitura e um ligado a uma congregação religiosa.

Já os 125 transferidos para Esteio (RS) serão acolhidos em um abrigo federal alugado pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), com alimentação fornecida pelo Governo Federal. Em setembro, o objetivo do governo é transportar cerca de 400 pessoas por semana.

Como é organizada a interiorização

A interiorização conta com apoio da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), da Agência da ONU para as Migrações (OIM), do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

Para aderir à interiorização, o ACNUR identifica os venezuelanos interessados em participar e cruza informações com as vagas disponíveis e o perfil dos abrigos participantes. A agência assegura que os indivíduos estejam devidamente documentados e providencia melhoras de infraestrutura nos locais de acolhida. A OIM atua na orientação e informação prévia ao embarque, garantindo que as pessoas possam tomar uma decisão informada e consentida, sempre de forma voluntária, além de realizar o acompanhamento durante todo o transporte. O UNFPA promove diálogos com mulheres e pessoas LGBTI para que se sintam mais fortalecidas neste processo, além
de trabalhar diretamente com a rede de proteção de direitos nas cidades destino com o objetivo

O ministro do Desenvolvimento Social, Alberto Beltrame, acompanhou a transferência. “O balanço que a gente faz [do programa de interiorização] é de enorme sucesso, de uma grande operação que estamos fazendo de resgate, de cidadania e, sobretudo, de ajuda humanitária”, disse Beltrame, depois do desembarque em São Paulo.

Segundo o ministro Beltrame, entraram no país cerca de 150 mil venezuelanos, mas a maioria já deixou o Brasil. A maior parte dos que permanecem está abrigada em Roraima. O ministro comentou que a interiorização dos refugiados pode diminuir a pressão sobre o estado de Roraima, em especial a cidade de Pacaraima, que fica na fronteira com a Venezuela, e não comporta um grande número de imigrantes.

“A grande preocupação, neste momento, é acolhê-los, abrigá-los e, na sequência imediata, é colocá-los no trabalho, para que eles possam definitivamente se inserir na sociedade brasileira”, acrescentou.

No Rio Grande do Sul, além do município de Esteio, a cidade de Canoas também deve receber mais imigrantes nos próximos dias. Para o dia 12 de setembro, está prevista a transferência de 200 pessoas para Canoas e, no dia 13, mais 202 devem chegar novamente em Brasília (10), Esteio (96) e Canoas (96). Os números podem mudar até o momento do embarque.

O MDS repassou recursos aos dois municípios do Rio Grande do Sul para apoiar a acolhida dos imigrantes. Canoas receberá R$ 1,2 milhão e Esteio R$ 534,4 mil para incrementar os serviços de saúde, assistência social, entre outros. Os custos de aluguel serão cobertos pela ONU.

Segundo a Casa Civil, já foram transferidos 1.507 venezuelanos de Roraima para oito estados do país, incluindo as transferências de ontem e hoje. O governo espera transportar cerca de 400 imigrantes por semana até o fim deste mês.

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