Ministro Beltrame visita abrigo de venezuelanos em Canoas

O Rio Grande do Sul já recebeu 592 venezuelanos. Ao todo, o governo federal já transferiu 1.882 mil imigrantes a outros estados. O ministro do Desenvolvimento Social, Alberto Beltrame, visitou, na sexta-feira (14) o Residencial Veneto e Veneza, em Canoas (RS), que servirá de abrigo aos 201 venezuelanos que participam do processo de interiorização.

Durante a visita, ele conversou com a venezuelana Dulce Martinez, 29, que precisou deixar sua cidade natal de Maturín, na Venezuela e vir ao Brasil em busca de novas oportunidades. Diante da saudade, ela trouxe como companheiro de viagem um violoncelo elétrico. Dulce começou a estudar música aos 7 anos. Aos 10, escolheu aprender a tocar o instrumento. Antes da crise venezuelana, ela participava da orquestra sinfônica do estado de Monagas, com a qual apresentou-se em vários partes do país. Hoje, recém chegada e morando em um abrigo no município de Canoas (RS), ela diz esperar continuar tocando o próprio futuro, agora, em terras brasileiras. “Quero que as pessoas abram os braços, nos deem chances e saibam que viemos com muita vontade de aprender, ensinar e conviver por aqui”, disse.”

Todos os solicitantes de refúgio e de residência que aceitaram participar da interiorização foram vacinados, submetidos a exame de saúde e regularizados no Brasil – inclusive com CPF e carteira de trabalho. A interiorização é uma iniciativa criada para ajudar venezuelanos em situação de extrema vulnerabilidade a encontrar melhores condições de vida no Brasil.

Portaria publicada no dia 3 de setembro autorizou o repasse de recursos do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) a Esteio e Canoas, para estruturação da rede socioassistencial dos municípios para acolhida dos venezuelanos. O incremento de R$ 1,020 milhão para Canoas e R$ 534,4 mil para Esteio tem validade de 6 meses.

Como é organizada a interiorização

A interiorização conta com apoio da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), da Agência da ONU para as Migrações (OIM), do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

Para aderir à interiorização, o ACNUR identifica os venezuelanos interessados em participar e cruza informações com as vagas disponíveis e o perfil dos abrigos participantes. A agência assegura que os indivíduos estejam devidamente documentados e providencia melhoras de infraestrutura nos locais de acolhida. A OIM atua na orientação e informação prévia ao embarque, garantindo que as pessoas possam tomar uma decisão informada e consentida, sempre de forma voluntária, além de realizar o acompanhamento durante todo o transporte.

O UNFPA promove diálogos com mulheres e pessoas LGBTI para que se sintam mais fortalecidas neste processo, além de trabalhar diretamente com a rede de proteção de direitos nas cidades destino com o objetivo de fortalecer a capacidade institucional. Já o PNUD trabalha na conscientização do setor privado para a absorção da mão de obra refugiada. Reuniões prévias do governo e da ONU com autoridades locais e coordenação dos abrigos definem detalhes sobre atendimento de saúde, matrícula de crianças em escolas, ensino da língua portuguesa e cursos profissionalizantes.

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