AS MULHERES E A “REALPOLITIK”

*Karim Miskulin

Alguns movimentos surgiram recentemente no país em defesa do livre mercado como forma de atingir uma sociedade mais justa, que crie mais riquezas e oportunidades para todos. Movimentos que clamam por cidadãos conscientes e comprometidos com o protagonismo político.

Todos devem concordar sobre a importância de ações do tipo. Afinal, chegamos a uma das maiores crises econômicas e institucionais da história do Brasil boa parte por causa do desinteresse da sociedade, em destaque do empresariado, nas políticas públicas. Deixamos a “realpolitik” apenas para os partidos.

Por isso, sair da zona de conforto e devolver o Brasil para o povo brasileiro é tão necessário. Os novos movimentos estão fazendo isso com extrema competência, mas há ainda uma grande lacuna a ser preenchida: a participação ativa das mulheres. Empresárias, empreendedoras e formadoras de opinião, apenas para citar algumas, que acreditam que a política repercute diretamente na vida de um país e, principalmente, no cotidiano das empresas. Todas nós precisamos nos expor e participar de forma mais efetiva.

Conclamamos as mulheres que ainda não se sentem partícipes da formulação de políticas públicas, mas que querem ser ouvidas e ajudar a nossa nação a sair do atoleiro. Mulheres que acreditam que empresas não são ilhas, que querem ir além das ações de caridade (também necessárias), que querem que a nova responsabilidade social das organizações, além da renda e do lucro que geram, passe pelo papel de seus gestores como colaboradores políticos.

Por acreditar que somos muitas, formamos um grupo que quer se sentar com nossos representantes e ajudá-los nas tomadas de decisões. Não estamos falando aqui de cotas ou de pautas específicas para as mulheres. Muito pelo contrário: queremos tratar de assuntos que interessem ao nosso país como um todo.

Já temos esse caminho trilhado. No dia 22 de agosto, um grande passo foi dado com o lançamento do Movimento Brasil de Ideias – Mulheres Positivas. O novo grupo participou de encontro realizado pela primeira vez em São Paulo com a presença dos ministros Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e Osmar Terra (Cidadania), além da secretária de Planejamento, Desenvolvimento e Parcerias do Ministério da Infraestrutura, Natália Marcassa de Souza.

Na ocasião, falamos sobre ações para construir um país mais competitivo, transparente e justo. Em pauta, o plano de privatização de empresas públicas e reformas tributária e da Previdência, além de questões como o desmatamento na Amazônia.

Este foi apenas o primeiro de muitos encontros que devem acontecer na cidade, com a participação de lideranças femininas e governantes, para debater temas fundamentais ao Brasil. O próximo será em setembro, com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Mulheres na “realpolitik”!

Por fim, vale citar que acreditamos que o país está voltando aos trilhos, mas essa jornada não é apenas de um homem ou de um partido.

Chega de delegar aos homens o papel de escolher nossos governantes. Nós, mulheres, precisamos nos interessar e nos envolver por completo. A falta de interesse, a alienação e até o preconceito também fizeram chegar onde chegamos. O futuro interessa a todos nós.

*Cientista política, diretora-executiva do Grupo Voto e presidente do Movimento Brasil de Ideias

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