“Não há sentido armazenar grãos e minerar carvão”, diz Sartori

Equilibrar as contas é o primeiro passo para o Rio Grande do Sul vencer a crise, na avaliação do governador José Ivo Sartori (MDB). Candidato à reeleição, ele defende três premissas: aderir ao regime de recuperação fiscal; privatizar ou federalizar estatais; e durante os três anos de suspensão do pagamento da dívida com a União – conquista que depende das primeiras duas medidas – adquirir capacidade de investimento em áreas vitais. O plano foi compartilhado com empresários parceiros da Revista VOTO na sede da publicação nesta segunda-feira (20), durante o Café com Política. O evento faz parte de uma série com postulantes ao Piratini.

Sartori enfatizou a vitória do Estado em renegociar a dívida com o governo federal, baixando a taxa de juro de 6% para 4%. Até 2028, a redução significa R$ 22 bilhões a mais no caixa. Agora, a meta é privatizar ou federalizar companhias como a CEEE, CRM e Sulgás e utilizá-las como garantia para aderir ao regime de recuperação fiscal. A chancela permitiria ao Estado ficar sem pagar a União durante três anos, prorrogáveis por mais três, o que representa R$ 11,3 bilhões. “Não há sentido o Estado armazenar grãos e minerar carvão. É papel do Estado distribuir gás? A política precisa estar onde ela é necessária: na saúde, na educação e na segurança”, afirmou.

Indagado por Jorge Gerdau sobre as medidas necessárias para o equilíbrio do regime da previdência, o candidato à reeleição disse que as mudanças para o controle das disparidades já estão em prática com a nova lei que, pelos próximos 25 anos, garantirá a sustentabilidade do regramento. “É uma semente e um legado”, definiu Sartori. A publisher da VOTO, Karin Miskulin, crê na importância do ajuste como uma condição indispensável para a eficiência do aparato estatal. “É na dificuldade que encontramos formas novas para potencializar resultados”, disse.

Segurança, educação e tecnologia

Luís Eduardo Ferreira, sócio da Sinergy, fez um balanço positivo da segurança e reforçou parcerias entre governo e sociedade. “Temos exemplos concretos de que empresas são resolutivas ao lado do poder público”, enfatizou. O governador disse que a segurança também carece de uma reconstrução na mentalidade: “Estamos em mais de 2,5 mil escolas para fazer a juventude pensar sobre o assunto. O objetivo é uma geração mais consciente, com menos preconceito e mais aberta. É preciso de uma cultura de paz”, disse, referindo-se a Comissão Interna de Prevenção a Acidentes e Violência Escolar (Cipave).

Para Viviane Martinez, executiva da Braskem, a unidade entre escolas e organizações – a exemplo do programa Escola Melhor, Sociedade Melhor – deve ser ampliada para a melhoria do ensino. José Ivo Sartori vê no futuro a possibilidade de o empresariado abraçar diversas demandas da educação. Questionado sobre a necessidade de desmaterializar processos e apostar em mais tecnologia, o líder do Executivo disse que a meta é seguir modernizando a máquina, como foi feito na Junta Comercial Digital e na diminuição de 900 para 90 dias em casos de  licenciamentos ambientais, agora deliberados pela web.

Fotos: Luiz Chaves

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