Produção agrícola e sustentabilidade, uma parceria de futuro

Nos últimos 40 anos o Brasil passou de importador de alimentos para um dos maiores produtores e exportadores do mundo. Graças ao desenvolvimento de tecnologias, a agricultura e a pecuária brasileira tornaram-se referências mundiais. Não por acaso, o agronegócio vem sustentando a balança comercial do país como números cada vez mais impressionantes.

De acordo com projeções divulgadas recentemente pela Conab, a safra de grãos 2017/2018 irá bater recorde de produção com quase 240 milhões de toneladas. Na pecuária, o Brasil também vem se destacando na produção de carnes de aves, suínos e bovinos, onde também é um grande player.

Graças a esses números tão impressionantes, o agronegócio foi o setor que gerou o maior número de empregos formais no Brasil nos últimos meses. De acordo com dados do Ministério do Trabalho, somente no mês de maio foram criadas 46 mil vagas, e em junho 77 mil novos postos de trabalho com carteira assinada.

E é dentro desse contexto de desenvolvimento que as feiras agropecuárias têm se espalhado pelo país. Considerada uma das maiores, a Expointer – Exposição Internacional de Animais, Máquinas, Implementos e Produtos Agropecuários – realizada no Rio Grande do Sul entre os meses de agosto e setembro, tem se tornado uma referência para o setor inclusive fora do país.

As feiras agropecuárias são verdadeiras vitrines para as empresas. Elas aproveitam o espaço, voltado aos produtores rurais, para apresentar as principais novidades com vistas ao desenvolvimento agropecuário. São máquinas, implementos agrícolas, sementes e até animais. Todos expostos em um único espaço.

O apoio a esse tipo de evento é fundamental. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) acredita que por meio ao incentivo às novas tecnologias e ao conhecimento o agronegócio do país continuará a crescer.

No bojo da discussão sobre o crescimento do agronegócio, considero de fundamental importância o desenvolvimento e a implantação de novas tecnologias voltadas ao bem-estar animal e à preservação do meio-ambiente. No ano passado, ao participar da Expointer, constatei com alegria que esses temas já faziam parte do evento com stands apresentando técnicas modernas e inovadoras sobre os dois temas.

A produção sustentável é uma tendência mundial. Não basta produzir muito, é preciso ser competitivo em preço, qualidade e respeito ao meio-ambiente. Nesse sentido, a produção baseada na conservação de solo, água, flora, fauna, bem como a redução do uso de insumos agressivos ou impactantes no meio ambiente tem se tornado um diferencial para o agronegócio.

São várias tecnologias que vêm sendo aplicadas pelos agricultores brasileiros para melhorar a produtividade e a sustentabilidade. Uma delas é o plantio direto na palha, utilizado hoje em mais de 60% das áreas de cultivos de cereais.

A técnica reduz o uso de fertilizantes químicos e amplia a disponibilidade hídrica ao melhorar as propriedades físicas e biológicas dos solos. Além disso, ajuda a preservar a qualidade das águas nos sistemas hídricos e amplia a micro e meso biodiversidade dos solos.

O Brasil produz cereais, leguminosas, oleaginosas e algodão usando essa tecnologia, que dispensa a aragem da terra. Claro que para isso é preciso o desenvolvimento de máquinas apropriadas e insumos adequados.

Por não movimentar nem pulverizar a terra, o plantio direto reduz a erosão, que levava aos rios e reservatórios, muitos agroquímicos pouco solúveis, carregados pelas chuvas. O uso generalizado do plantio direto contribui também para a redução do assoreamento e a recuperação da qualidade da água dos rios e dos sistemas de abastecimento.

Esse é apenas um exemplo das várias técnicas de sustentabilidade que estão sendo utilizadas pelos agricultores brasileiros e que vêm transformando o agronegócio e que merecem ser disseminadas por todo o país. A tecnologia aliada à produção sustentável é uma parceria que ainda vai render muitos frutos.

Por Blairo Maggi, Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Foto: Crédito: Antonio Araujo/MAPA – 27/04/2017

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