STEM: educação para o futuro

Durante os debates ocorridos na National Conference of States Legislatures – NCSL (Conferência Nacional de Legisladores Estaduais), um dos maiores eventos de debates parlamentares do mundo, ocorrido em Boston (EUA), um dos painéis mais concorridos foi sobre o método STEM de educação.

Esse método, amplamente difundido entre os países mais desenvolvidos do mundo, consiste basicamente em unir o ensino de quatro grandes áreas do conhecimento: ciências, tecnologia, engenharia e matemática, de maneira interdisciplinar com foco na aplicação prática dos conteúdos.

Em suma, os alunos aprendem fazendo e isso, de acordo com os especialistas dos EUA, Canadá e Alemanha presentes na Conferência, deve ser feito desde as séries iniciais, ou seja, já na educação básica.

É importante registrar, ainda, que os demais conteúdos vão sendo “conectados” nessas quatro grandes áreas, possibilitando que eventuais talentos em outras matérias tenham também oportunidade de progredir. O fato é que, ao resolverem problemas e construirem soluções, os estudantes acabam aprimorando seus conhecimentos de forma mais rápida e qualificada.

Conversei com a diretora do grupo de estudos sobre Educação Internacional Comparada da NCSL, Julie Pelegrin, que foi enfática no objetivo do método STEM: os alunos saem da escola mais preparados para ocuparem vagas de melhor remuneração no mercado de trabalho.

No Brasil, embora incipiente, o método tem alcançado algum espaço e já possui, inclusive, um programa da CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior -, do Ministério da Educação, em parceria com o governo do Reino Unido para estudantes de pós-graduação, além de iniciativas de movimentos pró-STEM que se propõem a capacitar os professores do ensino fundamental. Até mesmo campeonatos estudantis de robótica para alunos de escolas que aplicam o método são realizados, tamanho é o progresso registrado nesse modelo de educação.

No entanto, apesar dos avanços, uma análise sobre qualidade da educação de jovens realizada, em 2016, pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) com 64 países de todo o mundo aponta dados alarmantes: somos o segundo país com pior nível de aprendizado. Estamos apenas atrás da Indonésia no número de estudantes com baixa performance em matemática básica, ciências e leitura.

Por isso, talvez essa seja uma interessante maneira a ser utilizada pelos governos para que possamos aprimorar a qualidade da nossa educação, especialmente a básica, já que a triste realidade apresentada são baixos índices educacionais, altas taxas de evasão escolar e a consequente baixa qualidade da mão de obra a ser inserida em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo.

Por Gabriel Souza, Deputado Estadual (PMDB-RS) e Líder do Governo na Assembleia Legislativa

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