Senado dos EUA paralisa governo Trump

O Senado dos Estados Unidos não aprovou os novos fundos necessários para aprovar o orçamento federal e provocou a paralisação parcial e indefinida do governo de Donald Trump. A proposta orçamental apresentada pelos republicanos obteve mais votos a favor (50) do que contra (48), mas foram insuficientes para aprovar fundos que exigiam o apoio de 60 senadores.

A proposta do orçamento, que a Câmara dos Representantes aprovou na quinta-feira (18), proporcionou financiamento do governo até o dia 16 de fevereiro, prolongando assim o prazo de negociação entre democratas e republicanos para os orçamentos definitivos.

Os democratas, no entanto, condicionaram seu apoio às contas de que Trump e os republicanos concordaram em regularizar os quase 800 mil jovens imigrantes conhecidos como “sonhadores”.

O status legal com o qual o ex-presidente Barack Obama dotou a estes jovens, expira no próximo dia 5 de março, data a partir da qual poderiam ser deportados.

Embora Trump tenha participado pessoalmente nas negociações com os democratas para obter os fundos necessários para manter o governo em funcionamento, estes não deram o braço a torcer.

Após a meia-noite de entre sexta e sábado, a Casa Branca emitiu um comunicado em que advertiu que “não negociará” com os democratas o status dos sonhadores para lograr novos fundos e qualificou membros da oposição oposição como “perdedores”.

“Não negociaremos a situação dos imigrantes ilegais, enquanto os democratas mantêm nossos cidadãos legais reféns das suas irresponsáveis exigências. Este é um comportamento de perdedores obstrucionistas, não de legisladores”, expressou a Casa Branca.

O governo de Donald Trump disse que só “reabrirá as negociações sobre a reforma de imigração” depois que os democratas desbloqueiem as contas.

Trump também digitou no Twitter: “A situação não é boa para nossos militares ou a segurança na perigosíssima fronteira sul. Os democratas querem um apagão (do governo) para tentar diminuir o grande sucesso da redução de taxas e o que ela tem feito para alavancar nossa economia”.

Obama já foi barrado

A última vez que o governo dos Estados Unidos teve que fechar por falta de fundos foi em outubro de 2013, com Barack Obama, uma pausa que durou 16 dias.

Em 2013, Obama mandou mais de 800 mil funcionários públicos – aqueles considerados “não essenciais” – para suas casas, fechou museus e parques nacionais, além de cancelar tratamentos experimentais em centros federais de pesquisa médica.

Consequências

O governo de Trump disse que, desta vez, tentará minimizar o impacto no povo americano, evitando, por exemplo, o fechamento dos parques nacionais.

No entanto, a Casa Branca já anunciou que vai dispensar mais de 1 mil de seus 1.715 funcionários e o secretário de Defesa dos Estados Unidos, James Mattis, disse que algumas operações militares de inteligência ficam suspensas à espera de fundos.

Esperando para comprovar as consequências práticas do atual fechamento, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, James Mattis, advertiu que algumas operações militares ficarão suspensas aguardando verbas, embora a falta de orçamento não afete a guerra no Afeganistão e nem contra o Estado Islâmico (EI).

Negociações retomam

Com o governo fechado, republicanos e democratas já começaram algumas negociações contra o relógio, onde ambos tentarão não ficar diante do povo americano como os responsáveis da situação de paralisia em que mergulharam o Executivo.

Os dois partidos estão conscientes que enfrentam as eleições para o Congresso em novembro e enquanto os democratas não pretendem arriscar as cadeiras que apostam, os republicanos não querem ser vistos como incapazes de administrar sua maioria.

Se trata, de fato, da primeira vez na história que um fechamento de governo acontece com um mesmo partido, neste caso o republicano, controlando a Casa Branca e as duas câmaras legislativas.

O líder dos republicanos no Senado, Mitch McConnell, já iniciou os trâmites para levar a votação uma nova proposta para financiar ao governo até o dia 8 de fevereiro, ao invés do dia 16, embora não seja claro que tenha o apoio dos democratas.

Por sua vez, o líder democrata, Chuck Schumer, disse que Trump e ele tinham negociado já um acordo ontem à tarde, mas acusou o presidente de recuar diante das pressões do seu partido.

Na ausência de consequências mais graves, os democratas conseguiram arruinar a festa de Trump em comemoração a seu primeiro ano na Casa Branca. Com informações Jovem Pan-EFE

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