Um ano que já começa diferente

2018 começou com movimentação atípica para os brasileiros. O julgamento do ex-presidente Lula pelo TRF-4, em pleno janeiro, deu o tom do que o ano nos reserva e do quão importante ele será para o futuro do Brasil.

A condenação de Lula por 3 x 0, diferentemente do que a grande mídia propagava, não trouxe nenhuma convulsão social. Ao contrário: ouviu-se fogos de artifícios pipocando em Porto Alegre. Independentemente das torcidas ideológicas, a decisão unânime e a postura irretocável dos juízes trouxeram impactos positivos sobre a solidez das instituições. A celeridade com que o processo foi tocado causou críticas e elogios, mas o certo é que Justiça ágil e moderna é tudo de que o país precisa para combater seriamente a corrupção – e não perder mais tempo com o dramalhão político-judiciário que tem atravancado o Brasil.

Aliás, não é só por aqui. Várias nações da América Latina, como Peru e Argentina, também estão tentando virar a página da impunidade, do mofo burocrático, do populismo econômico. E, a partir disso, fazem avançar reformas que os tornem mais competitivos internacionalmente.

Entramos 2018 com importantes conquistas nessas áreas. Uma delas é a reforma trabalhista, prioritária para fomentar a geração de empregos e atrair investidores. Desde que a nova legislação passou a valer, o número de ações trabalhistas caiu 50%. Porém, como nada no Brasil parece ser o que é, associações de juízes trabalhistas se esforçam para esfacelar a reforma [veja na página 27 que mais de 125 enunciados com diferentes interpretações já foram formuladas]. Em contrapartida, Ronaldo Nogueira, ex-ministro do Trabalho e único a conseguir aprovar uma reforma no governo Temer, defende a aplicação da lei 13.437/2017. E mostra, em entrevista exclusiva, as incontestáveis vantagens de mantê-la fiel ao projeto original. “Mudamos o sistema de relações de trabalho no Brasil. Saímos de um sistema estatizado e altamente regulado, para um de autocomposição dos conflitos. Isso gera segurança jurídica e o melhor ambiente de negócios da América Latina”, afirma Nogueira.

Ou seja, temos motivos para resgatar aquele fio de esperança. Em 2017, depois de turbulências de todas as ordens, o Brasil parou de piorar. Saímos do “balão de oxigênio” e voltamos a respirar. Melhor: voltamos a sonhar. Aos poucos e com muita briga (porque tudo hoje parece merecer uma guerra), estamos avançando, embora ainda ocupemos uma das últimas posições no ranking mundial de facilidade de negócios.

As eleições de 2018 serão a chance de decidir se damos marcha à ré ou seguimos em frente. Segundo nosso colunista Marcos Troyjo, “otimistas com o Brasil apostam na vitória de um candidato pró-mercado, comprometido com as reformas e com um ambiente de negócios mais liberal. Será que eles estão certos?” Depende de todos nós.
Feliz 2018 e boa leitura!

Por Karim Miskulin
Diretora Executiva da Revista Voto

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