Ativista venezuelana é presa por suspeita de conspiração contra Maduro

A ativista venezuelana Rócio San Miguel foi detida no principal aeroporto da Venezuela na última sexta-feira (9) por suspeita de conspiração contra o presidente Nicolás Maduro. Rocío é chefe da ONG Controle Cidadão, que registra violações dos direitos humanos e defende a supervisão das forças militares da Venezuela. 

Após a prisão, a ativista ficou incomunicável por mais de três dias até a confirmação do 2º Tribunal de Terrorismo. Rocío não foi autorizada a ser acompanhada por seus advogados e lhe foi atribuído um defensor público. O Ministério Público adiantou que ela está sendo acusada pelos crimes de traição à pátria, conspiração e terrorismo, em um suposto complô para assassinar o presidente Nicolás Maduro.

O porta-voz da Casa Branca, John Kirby, afirmou que os Estados Unidos estão acompanhando a situação de perto. Ele pede que Maduro cumpra os acordos que o seu governo assumiu com a oposição política em realizar eleições livres ainda em 2024.

“O Sr. Maduro precisa cumprir os compromissos que assumiu no outono sobre como vai tratar a sociedade civil, os ativistas políticos e os partidos de oposição”, disse Kirby.

Em nota, o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab afirmou que “dentro dos prazos legais correspondentes e no estrito respeito aos direitos humanos e às garantias constitucionais” foram realizadas as audiências de apresentação de Rocío e seus familiares no âmbito das investigações da alegada conspiração denominada “Brazalete Blanco” (Pulseira Branca), uma das cinco novas conspirações para assassinar Nicolás Maduro que o chavismo denunciou.

A prisão de Rócio San Miguel gerou grande comoção na Venezuela. Mais de 200 organizações de direitos humanos, partidos políticos, universidades e sindicatos pediram a sua libertação.