Banco Central acelera corte de juros e reduz taxa Selic para 13% ao ano

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou o terceiro corte seguido na taxa básica de juros da economia brasileira, de 13,75% para 13% ao ano. O corte, de 0,75 ponto percentual, é o maior em quase cinco anos – a última vez que a Selic teve queda semelhante foi em abril de 2012, quando passou de 9,75% para 9% ao ano. A decisão mostra que o BC decidiu acelerar o ritmo de redução da taxa de juros em meio às previsões de que a retomada do crescimento da economia brasileira pode demorar mais para acontecer e aos sinais de desaceleração da inflação.

Com a decisão, a Selic recua ao menor patamar desde o fim de abril de 2015, quando estava em 12,75% ao ano. O corte promovido pelo BC foi maior que o esperado pela maioria dos economistas do mercado financeiro, que apostava em 0,50 ponto percentual. Os analistas das instituições financeiras ouvidos pelo BC preveem que, nos próximos meses, o Copom continuará a reduzir a Selic, que chegaria a 10,25% ao ano no final de 2017.

Após o anúncio do Copom, o presidente Michel Temer disse, em nota, que a redução dos juros para 13% ao ano cria as condições necessárias para a retomada do crescimento do país.

A notícia reflete em muitos aspectos, mas o que de fato isso muda na sua vida? Com a queda do juros, um dos objetivos do Governo é impulsionar o consumo. Os preços podem cair, pois, os juros imbutidos nos produtos serão menores.

Além disso, essa redução deve refletir na queda dos juros nas tomadas de empréstimos e parcelamentos também. Ou seja, com essa decisão ocorre um claro sinal de que se busca motivar a população a voltar às comprar. Até pelo fato de que a decisão tem impacto negativo para muitos investimento.

Sendo que, para quem tem aplicações, a noticia não é tão boa, pois, essas perderão rentabilidade. No caso da Caderneta da Poupança, não haverá mudanças em seus rendimentos, pois, se a Selic for maior ou igual a 8,50% ao ano, a poupança paga sempre 0,50% ao mês mais Taxa Referencial (TR).

Aos que se encontram endividados ou ainda que precisam pegar empréstimos ou fazer parcelamentos, já que a taxa influencia diretamente nessas situações, a queda da Selic é sempre boa. Contudo, se os juros foram definidos antes, nada mudará.

Mesmo sendo uma sinalização de incentivo ao consumo, é preciso ter cautela, pois o cenário ainda não é dos melhores. Assim, o consumo deve ser focado nas reais necessidades e objetivos, acabou a era da festa dos gastos.

Aos que já estão pagando juros, é fundamental saber o valor exato, pois o maior erro das pessoas é de não ter ciência dos valores que desembolsam e, por isso, as dívidas acabam virando bola de neve.

No entanto, a fim de que o problema seja resolvido, o foco deve ser a causa dele e não a consequência, ou seja, é preciso educar-se financeiramente. O primeiro passo é fazer um diagnóstico da vida financeira, para saber os ganhos e gastos mensais e identificar possíveis excessos, que estejam prejudicando o orçamento.

A queda da taxa básica pode ser uma boa novidade, dependendo da situação de cada um, mas, ainda assim, demanda cuidado e conhecimento. A recomendação no momento é pensar duas vezes antes de comprar, parcelar com juros ou adquirir empréstimos. Ao invés disso, eduque-se financeiramente, poupe e invista o seu dinheiro, dessa forma, os juros trabalharão a seu favor e não contra.

Por Reinaldo Domingos, educador e terapeuta financeiro.

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