BOLSONARO PODE SAIR FORTALECIDO DA CRISE CAUSADA PELO COVID-19, APONTA ESPECIALISTA

Enquanto o presidente Jair Bolsonaro mantiver a postura que o elegeu, a crise causada pelo coronavírus deve ter pouco impacto em sua base eleitoral. A análise é do Mestre em Ciência Política e Doutor em Comunicação, Paulo Moura. Em conversa com a CEO do Grupo VOTO, Karim Miskulin, e clientes e parceiros do Grupo VOTO, o professor analisou o atual cenário da crise política e econômica causada pelo covid-19, além de projetar possíveis cenários para as eleições presidenciais de 2022.

 

Moura analisa que a base de Bolsonaro nas redes sociais segue crescendo, o que indica que a crise atual pode ter menos impacto negativo na imagem do presidente do que esperado. “Vemos, ao examinarmos dados sobre as redes sociais, que o núcleo de seguidores vem crescendo. Além disso, quando a crise passar, o pequeno empreendedor e aqueles atingidos economicamente vão lembrar do posicionamento e das ações do presidente em sua defesa”, analisou.

 

Por outro lado, Paulo Moura aponta que um maiores opositores de Bolsonaro durante a crise, o governador de São Paulo João Dória, não teve o mesmo sucesso em capitalizar com sua posição controversa. “Ele vem de uma escola mais antiga de marketing, e faz isso muito bem. Mas, neste momento, apesar de sua postura firme e agressiva contra o presidente, não me parece que ele tenha crescido como candidato para ocupar o cargo de Bolsonaro no futuro”, ponderou.

 

Segundo Moura, a atenção de líderes políticos está, neste momento, dividida entre o combate ao vírus e a corrida presidencial futura. “O debate, as posições e as medidas adotadas pelo presidente e por governadores têm impacto direto nas eleições que estão por vir. É importante entendermos este contexto quando projetamos cenários para o fim da crise”, destacou.

 

Pronunciamento do presidente

 

Bolsonaro convocará, na noite desta terça-feira (3), às 20h30, a rede nacional de rádio e televisão para fazer novo pronunciamento sobre o combate ao coronavírus. Este será o quarto pronunciamento do presidente no mês de março.

 

Paulo Moura acredita que a fala de Bolsonaro deverá ser mais equilibrada, unindo preocupações com saúde pública e economia. “Se pudesse dar uma dica ao presidente, seria para ele compatibilizar os dois maiores medos da população: o de morrer e o da falência econômica. Ele não pode abandonar o discurso de preocupação extrema com a economia, mas é preciso demonstrar maior atenção à situação da saúde dos brasileiros”, afirmou.

 

VOTO em Análise

 

A conversa fez parte do primeiro VOTO em Análise, encontros virtuais que reúnem especialistas, parceiros e clientes do Grupo Voto para analisar o contexto atual e projetar o futuro econômico e político do Brasil em meio a crise causada pelo covid-19.

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