Brasil cai 10 posições em ranking de percepção sobre corrupção

O Brasil caiu dez posições e atingiu sua segunda pior colocação na história no Índice de Percepção da Corrupção (IPC) de 2023, que é produzido pela Transparência Internacional. Na pesquisa, que foi divulgada na última terça-feira (30), o país aparece na 104ª posição entre as 180 nações avaliadas pela entidade. 

O relatório deu ao Brasil 36 pontos, dois a menos do que no ano anterior, ficando próximo a países como a Argélia, Sérvia e Ucrânia, e abaixo da média global de 43 pontos. A avaliação também foi pior em comparação a países vizinhos como o Uruguai (76 pontos), Chile (66 pontos) e Argentina (37 pontos).

A metodologia da pesquisa leva em consideração a análise de 13 fontes de dados, incluindo relatórios e rankings fornecidos por 12 instituições independentes especializadas na avaliação de governança e ambiente de negócios.

Entre os fatores citados pela Transparência Internacional para a pior no quadro brasileiro, estão o desmonte de marcos legais e institucionais anticorrupção nos últimos anos. Além disso, a entidade apontou que o pilar de controle jurídico está em situação crítica, gerado por problemas de independência do sistema de Justiça brasileiro.

A nomeação do advogado pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Cristiano Zanin, ao Supremo Tribunal Federal (STF) é tida como uma falha grave na restauração da imagem de imparcialidade do principal tribunal brasileiro.

Lula também escolheu Rodrigo Janot para a Procuradoria-Geral da República, um nome que estava fora da lista tríplice votada pela categoria, tradição que permitia maior transparência no processo.

A Transparência Internacional também citou o fortalecimento do orçamento secreto e o loteamento de espaços de poder pelo Centrão como outros pontos de preocupação. Para o Orçamento de 2024, o governo federal ampliou as “emendas pix”, que somarão quase R$25 bilhões.