Brasil registra deflação em junho e Selic pode cair 0,25

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) registrou uma queda de 0,08% nos valores de alimentos, automóveis e combustíveis em junho. É a primeira vez que o índice de inflação fica negativo desde setembro do ano passado, quando um corte de tributos nas vésperas das eleições gerou uma deflação de 0,29%. Quando o parâmetro é o mês de junho, essa é a primeira queda desde 2017.

Dos 9 grupos de produtos e serviços analisados pelo índice, 4 mostraram queda, com destaque para alimentação e bebidas e transportes. A queda no preço dos alimentos está associada com a maior oferta de produtos em relação ao ano passado, quando condições climáticas prejudicaram a safra.

Já no caso dos transportes, a deflação é resultado do programa que garantiu desconto para carros populares. Os automóveis novos e usados tiveram queda de 2,76% e 0,93% nos preços respectivamente. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que realiza o estudo, se os automóveis fossem retirados do cálculo, o IPCA teria registrado aumento de 0,03%.

Selic deve cair

Com a queda na inflação registrada nos últimos meses, a pressão pela queda da taxa básica de juros deve continuar nos próximos dias. O Comitê de Política Monetária do Banco Central(Copom) volta a se reunir nos dois primeiros dias de agosto para definir o patamar da Selic. De acordo com analistas ouvidos pela Folha de S. Paulo, o BC deve iniciar um processo de corte da taxa no próximo mês.

No entanto, a redução da taxa de juros deve ser menor do que as expectativas do mercado. A previsão era de um corte de 0,50, mas deve ficar em 0,25 por conta da inflação no setor de serviços, que se mantém alta mesmo com a deflação de alimentos e transportes.

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