Congresso enfim passa por oxigenação

Contrariando todas as expectativas, o Congresso Nacional passará por uma grande oxigenação. Houve surpresas e não foram poucas. É a eleição mais impressionante da história do Brasil. Os petistas mais expressivos de Brasília foram banidos como Lindbergh Farias e Eduardo Suplicy. A ex-presidente Dilma Rousseff também foi rejeitada pelos mineiros. Se o Congresso Nacional e o STF não a tornaram inelegível, os eleitores o fizeram.

A senadora pelo Amazonas Vanessa Graziotin (PCdoB) foi outra que ouviu não das urnas. Já Jean Wyllys (PSOL) só foi reeleito por causa do sistema proporcional. O senador Roberto Requião foi rejeitado pelos paranaenses, embora estes tenham dado uma sobrevida à presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, que foi eleita deputada federal com a terceira votação mais expressiva do Estado. Outra surpresa foi o senador Cristovam Buarque, que não foi reeleito pelo Distrito Federal. Os eleitores do DF preferiram apostar no novo com a escolha de Leila do Vôlei.

Partidos tradicionais como PP e MDB perderam espaço. Magno Malta, Eunício Oliveira e Romero Jucá também não se reelegeram. O mesmo aconteceu com o senador Edison Lobão, rejeitado pelo seu Estado Maranhão, assim como Roseana Sarney e Sarney Filho. O presidente do Congresso, Eunício Oliveira, teve apenas 16,93% dos votos, ficando atrás dos eleitos Eduardo Girão (PROS), com 17,09%, e Cid Gomes (PDT), com 41,61%.

Por outro lado, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL) alcançou a maior votação da história para um candidato à Câmara. O filho do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) somou mais de 1,8 milhão de votos (8,75% dos votos válidos). Ele superou Enéas Carneiro (Prona), que alcançou 1,57 milhão em 2002. O jovem deputado estadual do Rio Grande do Sul pelo NOVO Marcel van Hattem também foi o deputado federal mais votado pelos gaúchos.

A bancada paulista, por exemplo, passa a contar com políticos jovens como a ativista pela educação Tabata Amaral (PDT), de 24 anos, e o líder do Movimento Brasil Livre (MBL) Kim Kataguiri, de 22 anos. Nomes já conhecidos como Luiza Erundina (PSOL), Ivan Valente (PSOL), Pastor Marco Feliciano (Podemos), Tiririca (PR) e Carlos Sampaio (PSDB) retornam ao Congresso..

“Figuras históricas da política foram banidas nessa eleição. PT, MDB e PSDB estão morrendo abraçados. Com os novos governadores e a composição do Congresso, teremos uma nova dinâmica na política brasileira. E isso já é uma grande vitória. Um novo (e melhor) Brasil, enfim, está emergindo das urnas”, comemora a cientista política e diretora executiva da Revista VOTO, Karim Miskulin.

Segundo o estrategista político e autor do Blog Casa Política, Márcio Coimbra, teremos um Congresso mais conservador, onde o PSL surge organicamente como o primeiro partido conservador de direita do Brasil. Ao mesmo tempo, os partidos de centro, MDB e PSDB foram rebaixados para o segundo escalão pelo eleitor em fúria.

Bancadas que já foram protagonistas, agora assumirão um novo tamanho, como o MDB, que cai de 66 deputados eleitos em 2014 para 34 neste ano. Os tucanos encolheram de 53 para 30. “Agora são agremiações do tamanho do PSD, PR, PP e PSB – bancadas médias, com menor poder de influência e barganha dentro da estrutura da Câmara dos Deputados”, analisa Coimbra.

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