Diminui a rejeição à idade mínima para se aposentar

O esforço do governo parece estar dando resultado: houve uma queda grande na rejeição à reforma da Previdência e ao estabelecimento de uma idade mínima para entrar no sistema de aposentadorias. É isso o que revela a pesquisa DataPoder360 realizada de 16 a 18 de novembro de 2017.

Em abril, expressivos 73% dos brasileiros diziam ser contra a regra que estabeleceria uma idade mínima para se aposentar. Agora, o percentual ainda é alto, de 52%, mas houve uma queda de 21 pontos percentuais.

Os que têm dúvida ou não responderam também são agora em maior número. Eram só 5% em abril. Neste momento, segundo o DataPoder360, são 14%. Essa parcela da população está disponível para ser convencida pelos 2 lados do debate.

Em abril houve uma grande ofensiva dos partidos de oposição ao governo do presidente Michel Temer, fazendo carga contrária à reforma da Previdência. Era comum nas redes sociais encontrar comentários afirmando que as eventuais mudanças no sistema obrigariam algumas pessoas a trabalhar até os 90 anos ou mais –o que não era 1 fato.

O assunto esfriou. Veio o FriboiGate e duas denúncias contra Michel Temer. A reforma da Previdência ficou na geladeira. Nas últimas duas semanas, o Palácio do Planalto retomou com vigor as articulações para aprovar as mudanças. Foi à TV com uma campanha didática dizendo que o principal objetivo é combater os privilégios.

Hoje, o INSS oferece um sistema híbrido, no qual pessoas podem se aposentar por uma combinação de tempo trabalhado, anos de contribuição ao sistema e idade. Com a reforma, a idade mínima passará ser a linha de corte principal. Se o projeto for aprovado, mulheres só poderão se aposentar após completar 62 anos. Homens, 65 anos.

Haverá um período de transição de 20 anos para que os que hoje já são contribuintes do INSS não tenham uma passagem abrupta de sistema velho para o novo.

Quando se observa de maneira estratificada a rejeição à idade mínima para se aposentar, de acordo com o DataPoder360, é possível notar uma assimetria na opinião de homens e mulheres.

Para 59% dos homens é ruim ter a exigência de idade mínima para parar de trabalhar. Já entre as mulheres, só 45% rejeitam essa medida.

Os maiores focos de resistência a esse dispositivo estão nas regiões Sul (60%), Norte (59%) e Sudeste (54%). No Nordeste a rejeição de 48% é menor do que a média nacional.

Houve também uma queda acentuada no grupo de brasileiros que se posiciona de maneira geral contra a reforma da Previdência.

Em abril de 2017, o DataPoder360 mostrou que 66% dos brasileiros eram contra mudar o sistema de aposentadorias. Agora, a taxa caiu para 51%.

Os que são a favor subiram de 24% para 32%. Os indecisos que não souberam ou preferiram não responder variaram de 11% para 18%.

Os resultados deste levantamento indicam que o caminho ainda é longo para o convencimento da maioria da população, mas apontam que há uma maneira de conquistar apoio para a reforma da Previdência.

Quando se analisam os dados estratificados dos que rejeitam a reforma da Previdência de maneira geral, nota-se que a taxa é quase a mesma entre homens (51%) e mulheres (50%).

As diferenças aparecem por região. No Nordeste, reduto eleitoral do PT, 65% se dizem contra a mudança da Previdência. No último fim de semana, o ex—presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez declarações criticando a reforma.

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