Eleições 2018: da omissão à participação

O Brasil que vai às urnas nestas eleições é bem diferente daquele de 2014. De lá pra cá, nossa economia foi à bancarrota, acabando com milhões de empregos e empresas e apenas recentemente começou a engrenar. Escândalos de corrupção — espalhados por quase todos os partidos — demoliram a confiança na política e nos políticos. A população sofre, ainda mais, com a violência e a péssima qualidade dos serviços públicos.

Como era de se prever, os ânimos sociais refletem esse cenário de descrença e caos, com uma perigosa escalada da intolerância e do questionamento da ordem institucional. Os principais culpados por essa indignação coletiva são aqueles que, ao longo de 13 anos, aparelharam a máquina pública a serviço de um projeto de poder.

Hoje, porém, mais importante do que identificar os erros alheios é fazer uma profunda autocrítica. Em algum momento, cada um de nós escolheu caminhos que conduziram à realidade atual. O setor empresarial, por exemplo, se dedicou quase que exclusivamente aos seus negócios, enquanto o país ruía, adotando uma postura destoante de sua importância e representatividade. A omissão custou caro.

Quando o estrago estava feito, surgiu a reação: líderes empreendedores foram aos espaços de poder, fomentaram bons debates e contribuíram com ideias para o futuro. Exerceram sua influência positiva, defendendo — entre outras pautas — o avanço da agenda de reformas e um Estado mais eficiente.

É preciso seguir nesse caminho de participação ativa e engajamento nos assuntos da sociedade. O movimento deve se tornar permanente, unindo setor público e iniciativa privada na busca de soluções para os entraves da nação. A retomada do desenvolvimento só acontecerá com mais liberdade e um ambiente de negócios favorável aos negócios, sem preconceitos ideológicos a quem empreende e emprega.

O período eleitoral é um convite direto à reflexão. Conscientes das consequências dos nossos votos, façamos a melhor escolha. E saibamos que — seja qual for o resultado das urnas — o nosso envolvimento deve persistir. Uma nova nação não surgirá se delegarmos as nossas responsabilidades. A mudança do Brasil depende da participação de todos nós.

Por Karim Miskulin, diretora executiva da Revista VOTO

Fonte: GauchaZH – 04 de outubro de 2018

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