Empreendedores entregam pauta de desburocratização aos presidenciáveis

A Endeavor Brasil, organização de fomento ao empreendedorismo, está defendendo uma série de medidas a serem adotadas pelos candidatos à Presidência da República para reduzir os entraves burocráticos no país. Entregue às equipes econômicas, o documento Agenda para o Alto Crescimento lista as propostas a serem incorporadas para que sejam diminuídos os impedimentos de crescimento dos empreendedores de alto impacto. Além de simplificar a vida de quem empreende no Brasil, o objetivo da Endeavor é estabelecer um relacionamento com o novo governo e, futuramente, atuar como um mobilizador para a criação de políticas públicas mais eficazes.

As sugestões indicam quatro gargalos para empreender no Brasil e as soluções para essas frentes: simplificação em abertura, regularização e fechamento de empresas; reforma tributária; simplificação na aprovação nos empréstimos; e revisão dos processos e legislação para obter propriedade intelectual (confira no box abaixo).

De acordo com a Endeavor, caso os procedimentos e atrasos fossem reduzidos à metade no Brasil, o crescimento da renda per capita a longo prazo seria de 25%. Em um país no qual o empreendedor gasta 2.038 horas por ano para preencher os documentos necessários e pagar os impostos devidos, a entidade entende que é preciso tornar as regras do jogo mais simples e transparentes, bem como os processos públicos mais eficientes.

Endosso

A Agenda para o Alto Crescimento está baseada em levantamento de mais de 20 anos realizado entre os empresários apoiados pela organização. O documento conta com o endosso de mais de 100 empreendedores da rede, entre embaixadores, mentores e empreendedores apoiados. Entre eles, nomes como o de Jorge Paulo Lemann e Beto Sicupira, do 3G Capital, Pedro Passos, fundador da Natura, Paulo Cezar Aragão, do BMA Advogados, Sonia Hess, ex-presidente da Dudalina, Nelson Sirotsky, do Grupo RBS, Guilherme Lopes, co-fundador da Resultados Digitais, Fabiana Salles, fundadora da Gesto e Marcelo Alecrim, presidente do Ale.

“Há 20 anos, a Endeavor trabalha para apoiar empreendedores de alto crescimento, conhecendo de perto as dores e desafios que impedem esse avanço acelerado. Com base nessa experiência, identificamos as demandas e trabalhamos ao lado de diferentes segmentos do poder público, do setor privado e da sociedade civil, em busca de mudanças sistêmicas que diminuam as distorções burocráticas do país”, explica Eduardo Afonso, coordenador da Endeavor RS.

As quatro mudanças no ambiente de negócios indicadas aos presidenciáveis

1. Simplificar processos de abertura, regularização e fechamento das empresa

· Leva-se, em média, 80 dias para abrir uma empresa no Brasil, sendo que esse número cai para 8 dias no México, 3 em Singapura e apenas 2 dias no Canadá.

· No Brasil, existem 3,7 milhões de CNPJs “zumbis”, ou seja, empresas que existem apenas no papel.

2. Aprovar reforma tributária que aborde os problemas dos empreendedores

· O Brasil é o 184º pior país do mundo em relação à facilidade de pagamento de tributos.

3. Simplificar e garantir clareza dos critérios de aprovação nos empréstimos em bancos e agências de fomento

· No ranking de facilidade de acesso a crédito, o Brasil ocupa a 87ª posição de 132 países. O problema não é a falta de recursos para investimento, mas o que os empreendedores precisam fazer para acessar os recursos que existem.

4. Revisar processos e legislação para agilizar a obtenção de propriedade intelectual

· O empreendedor brasileiro espera, em média, 10 anos para obter a sua concessão de patente que dura entre 15 e 20 anos.

· São mais de 225 mil pedidos de patentes parados aguardando aprovação, o que leva muitos empreendedores a patentearem suas inovações fora do Brasil.

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