Grupo de Lima não reconhecerá novo governo de Nicolás Maduro

O Brasil e mais 13 países recomendaram que Nicolás Maduro não assuma o cargo no dia 10 de janeiro e transfira o poder na Venezuela ao Parlamento. O Grupo de Lima, foro multinacional que busca saídas para a crise no país vizinho, não reconhece a legitimidade na reeleição de Maduro e concorda com possíveis sanções unilaterais contra autoridades venezuelanas, a exemplo do que defendem os Estados Unidos. O grupo negou, no entanto, qualquer possibilidade de intervenção no país vizinho.

Segundo o grupo, não há legitimidade no processo de reeleição de Maduro. Em declaração conjunta, divulgada após reunião em Lima, no Peru, os representantes afirmam que a reeleição “carece de legitimidade” porque não contou com a “participação de todos os atores políticos venezuelanos, nem com a presença de observadores internacionais independentes”.

O texto ressalta que não há apoio a qualquer alternativa de intervenção na Venezuela. A declaração condena “qualquer provocação ou operação militar que ameace a paz e a segurança na região”.

Além do Brasil, assinaram o documento Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lucia. Outro integrante, o México se recusou a assinar o documento.

Esta é a primeira vez que o governo mexicano não apoia uma declaração do bloco, criado em 2017 para pressionar o regime de Maduro a fazer reformas democráticas. É o primeiro sinal de mudança na politica exterior, depois da posse do presidente Andrés Manuel Lopez Obrador, em dezembro passado.

Ao mesmo tempo, o documento apoia Assembleia Nacional –o parlamento venezuelano, de maioria opositora, eleito em dezembro de 2015. Desde que assumiram, os parlamentares venezuelanos foram impedidos de legislar: suas decisões foram ignoradas pelo executivo.

A reunião do Grupo de Lima foi a primeira atividade no exterior do chanceler Ernesto Araújo no posto. O ministro das Relações Exteriores participou de uma reunião na embaixada do Chile para discutir o futuro da Unasul (União de Nações Sul-americanas) na crise na Nicarágua.

No Twitter, Ernesto Araújo disse que o posicionamento do Grupo de Lima é uma “oportunidade histórica para redemocratizar a Venezuela”.

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