Indústria quer corte mais ousado nos juros, diz CNI

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) avalia como positiva para a economia e as empresas brasileiras a redução de 0,75 ponto percentual da taxa básica de juros, a Selic. O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) reduziu a taxa para 12,25% ao ano.

No entanto, a indústria acredita que o cenário atual permite um corte mais acentuado nos juros em função da quebra da inércia inflacionária, em que a inflação do passado realimentava os preços futuros. A inflação está caindo e deve ficar dentro das metas fixadas para 2017 e 2018.

A indústria espera que o ciclo de redução dos juros prossiga em ritmo mais acelerado para que a taxa Selic caia ao patamar de um dígito em poucos meses. A aprovação do limite para o crescimento dos gastos públicos e o envio da reforma da Previdência ao Congresso Nacional são importantes avanços para o equilíbrio das contas do governo e fundamentais para a redução dos juros.

A CNI observa que a manutenção de juros altos por mais tempo traz prejuízos para toda a sociedade, dado que eleva os custos dos empréstimos, desestimula os investimentos e o consumo, dificultando a recuperação da economia e a geração de empregos.

Confiança da indústria recua 1,2 ponto em fevereiro

Já o Índice de Confiança da Indústria, medido pela Fundação Getulio Vargas, recuou 1,2 ponto em fevereiro, atingindo o total de 87,8 pontos. No mês anterior, o índice havia avançado 4,3 pontos. No trimestre, o índice subiu 0,5 ponto, totalizando 87,2 pontos.

A queda da confiança ocorreu em cinco dos 19 segmentos industriais pesquisados. Após subir 4,7 pontos em janeiro, o Índice de Expectativas recuou 1,7 ponto em fevereiro, atingindo 89,3 pontos. A principal contribuição para a piora da expectativa partiu do quesito que capta as previsões para a produção nos três  meses seguintes. O indicador caiu 2 pontos em fevereiro, atingindo 88,7 pontos, o menor nível desde maio de 2016.

O Índice da Situação Atual recuou 0,6 ponto, chegando a 86,4 pontos. O nível de demanda atual exerceu a maior contribuição para a diminuição desse índice. O indicador caiu 2,3 pontos em fevereiro, para 82,9 pontos. O percentual de empresas que avaliam o nível de demanda como forte passou de 6,3% para 5,9% do total; o das que o consideram fraco aumentou de 31,3% para 38,7%.

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada diminuiu 0,3 ponto percentual em fevereiro, totalizando 74,3%. No trimestre, o índice subiu 0,2 ponto percentual, chegando a 73,9%.

Para o superintendente de Estatísticas Públicas da FGV, Aloisio Campelo Junior, a queda do Índice da Confiança em fevereiro, após a alta expressiva de  janeiro, mostra um movimento de acomodação. Segundo Campelo, o cenário econômico traz notícias favoráveis à atividade, como a queda de juros e a injeção de recursos das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) no mercado. Isso pode levar a uma elevação da confiança nos próximos meses.

Com informações CNI/ABr

Foto: Arquivo/ Agência Brasil

Tag:

Comentários

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Please enter comment.
Please enter your name.
Please enter your email address.
Please enter a valid email address.
Please enter a valid web Url.