Lira manda recado para Lula na abertura do ano legislativo

Em discurso na abertura do ano legislativo, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que o Parlamento deve ser atuante durante 2024. “Não subestimem esta mesa diretora, não subestimem os membros do Parlamento e dessa legislatura. Errará grosseiramente qualquer um que aposte numa suposta inércia desta Câmara dos Deputados neste ano de 2024”, afirmou Lira.

Para aliados de Lula, esse foi um claro recado de que o presidente da Câmara continuará negociando por emendas, recursos e ocupação de cargos. 2024 é considerado um ano decisivo não só para as eleições municipais de outubro, mas também por conta das articulações em torno das eleições para a presidência da Câmara e do Senado, que e ocorrem no início 2025.

Em sua fala, Lira mandou outros recados diretos para o governo federal. Nas últimas semanas, ele intensificou as pressões para a troca do ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT-SP). O  presidente da Câmara acusa Padilha de não cumprir com os acordos que costurou envolvendo a liberação de verbas para emendas parlamentares.

Seguiremos firmes na prática da boa política, pressuposto mais do que necessário para o exercício da própria democracia. E a boa política, como sabemos, apoia-se num pilar essencial: o respeito aos acordos firmados e o cumprimento à palavra empenhada“, colocou Lira.

As emendas são uma forma com que deputados e senadores conseguem enviar verbas para seus redutos eleitorais e ampliar seu capital político. Em um ano de eleições municipais, a liberação desses recursos é considerada ainda mais importante para os parlamentares que desejam eleger seus candidatos.

Na avaliação de aliados do governo, o discurso de Arthur Lira deixou evidente que, caso não haja uma mudança no comportamento do governo em relação ao Parlamento, projetos essenciais para o PT, como a regulação das redes sociais e a Reforma do Imposto de Renda não devem ser aprovados.

Na visão de Lula e governistas, o Congresso quer tomar decisões que são próprias do Executivo. Para um deputado da base aliada, o presidente da República teria mandado enviar um recado a Lira. O tom do discurso seria reforçar a popularidade do governo, ressaltando programas de assistência e interlocução com diversos setores da sociedade.

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