Banco Central aponta desconfiança do mercado sobre metas fiscais

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) observou uma desconfiança sobre as metas fiscais estabelecidas pelo governo Lula. De acordo com uma ata publicada nesta terça-feira, o mercado financeiro vê com preocupação a trajetória da inflação. A posição provocou uma queda de 2% na bolsa e manteve o dólar ao patamar de R$4,90.

O documento reforça a importância do atingimento das metas fiscais como forma de controlar a inflação e, consequentemente, ajudar no processo de queda nos juros. Na semana passada, o Copom anunciou a queda da taxa Selic em 0,5, ficando no patamar de 12,75%, o menor em 16 meses.

O Ministério da Economia traçou a meta de zerar o déficit primário em 2024. No entanto, esse objetivo é visto com ceticismo pelo mercado e até mesmo por integrantes do governo.

“O Comitê avalia que parte da incerteza observada nos mercados, com elevação de prêmios de risco e da inflação implícita, estava anteriormente mais em torno do desenho final do arcabouço fiscal e atualmente se refere mais à execução das medidas de receita e despesas compatíveis com o arcabouço e o atingimento das metas fiscais“, diz o documento do Copom.

Ainda de acordo com o colegiado do Banco Central, a redução nas expectativas de inflação só ocorrerá por meio de uma atuação firme, em consonância com o objetivo de fortalecer a credibilidade e fortalecer a reputação das instituições e dos arcabouços econômicos brasileiros.

Nas próximas reuniões, o Copom deve seguir com a política de pequenos cortes de 0,5% na taxa de juros, avaliando como a estratégia ideal para manter a política ideal contracionista para o processo de desinflação. O próximo encontro do colegiado ocorre nos dias 31 de outubro e 1º de novembro.

https://www.bcb.gov.br/publicacoes/atascopom