Moro privilegia nomes da Lava Jato no Ministério da Justiça

O futuro ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, já indicou oito nomes para compor sua equipe a partir do ano que vem. Destes, metade atuou diretamente e teve papel relevante nas investigações da Lava Jato.

Maurício Valeixo, que será diretor geral da Polícia Federal (PF), por exemplo, é superintendente da PF no Paraná há cerca de um ano e teve como uma das tarefas coordenar a prisão do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, que relutou em se entregar depois de Moro expedir o mandado de prisão.

Outro nome que se destacou na Lava Jato e estará no ministério é o da delegada Erika Marena, que se notabilizou como uma das principais investigadoras da Lava Jato.

Marena também atuou na Operação Ouvidos Moucos, que resultou na prisão do ex-reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Luiz Carlos Cancellier de Olivo. Semanas depois da operação, que foi contestada pela fraqueza de provas, o reitor se suicidou. Uma sindicância da PF conclui que não houve irregularidades na conduta dos policiais.

República de Curitiba

Antes de Valeixo, o chefe da PF no Paraná era Rosalvo Franco, que estava no cargo desde o início da Lava Jato e foi substituído após pedir aposentadoria. Agora, Franco ocupará uma área criada por Moro dentro do ministério: a Secretaria de Operações Policiais Integradas.

O futuro ministro anunciou que terá como secretário-executivo, o segundo cargo mais importante da pasta, o delegado Luiz Pontel, que não atuou na Lava Jato, mas foi um dos principais investigadores de outra operação que teve Moro como magistrado, o escândalo do Banestado.

“Ele é uma pessoa que participou da investigação do caso Banestado e foi um dos principais responsáveis pela primeira prisão do Alberto Youssef. Naquela época, já foi possível constatar a absoluta integridade do delegado”, ressaltou.

O ex-juiz também anunciou o general da reserva Guilherme Teóphilo para a Secretaria Nacional de Segurança. O militar foi candidato a governador do Ceará pelo PSDB, mas Moro negou que a indicação tenha cunho político e afirmou que seu futuro assessor já se desfiliou da legenda.

Lava Jato

O ministro Sergio Moro nunca escondeu que aproveitaria pessoas ligadas às investigações de desvios de verbas públicas na Petrobras para montar seu time.

“Eu sempre afirmei que seria um tolo se não aproveitasse pessoas que trabalharam comigo, especialmente no âmbito da Operação Lava Jato, porque essas pessoas já provaram tanto sua integridade quanto sua eficiência”, disse em entrevista em novembro.

A declaração foi dada quando ele anunciou, além de Valeixo, o nome da delegada Erika Marena para chefiar o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional.

Além disso, o futuro ministro anunciou que será encaminhado ao Congresso um projeto para transferir o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) para o Ministério da Justiça. Para o cargo, o escolhido foi o auditor Roberto Leonel, que é coordenador da área de investigação da Receita Federal e teve ampla atuação na Lava Jato.

Para o Departamento Penitenciário Nacional, Moro indicou Fabiano Bordignon, que não atuou diretamente na Lava Jato, mas é seu conterrâneo e foi delegado-chefe da PF em Foz do Iguaçu.

Já a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas será comandada pelo procurador da Fazenda Nacional Luiz Roberto Beggiora. Moro explicou que o escolheu por ter a intenção de reforçar uma das atividades da secretaria, que é a da gestão dos artigos confiscados no tráfico de drogas. “Pela experiência que tem, Beggiora é a pessoa indicada para essa área de sequestro e confisco de ativos”, disse. Na ocasião, o futuro ministro afirmou também que há intenção de transferir a função de atendimento a dependentes químicos por alguma área social.

Fonte: JotaInfo

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