Motorista que matou jornalista é condenado

O motorista Gustavo Raupp Schardosim, acusado de atropelar e matar o jornalista Roger Bittencourt, em crime registrado na manhã do dia 27 de dezembro de 2015 no quilômetro 6 da rodovia SC-401, na Vargem Pequena, norte da Ilha de Santa Catarina, foi condenado a 7 anos de reclusão pelos crimes de homicídio e tentativa de homicídio.

O réu terá ainda que pagar multa de R$ 50 mil a família das vitimas. Como já cumpriu um ano e quatro meses, Schardosim vai cumprir cinco anos e oito meses em regime semi-aberto e terá direito a recorrer em liberdade. Roger era colunista da Revista Voto.

Segundo denúncia do Ministério Público, o condutor estava ao volante de uma Parati em visível estado de embriaguez quando perdeu o controle do carro, invadiu o acostamento e atropelou Roger e outro ciclista – que sofreu ferimentos mas sobreviveu. A polícia também teria encontrado maconha no interior do veículo do réu. Schardosim responderá por três crimes: homicídio, tentativa de homicídio e embriaguez ao volante.

O motorista, na oportunidade, foi preso em flagrante, com a decretação da prisão preventiva na sequência. Permaneceu no Presídio da Capital, no bairro da Agronômica, por um ano e quatro meses, até obter o direito de responder ao processo em liberdade, em 26 de abril de 2017. O jornalista Roger Bittencourt tinha 49 anos na época do acidente.

Natural do Rio Grande do Sul, vivia há 22 anos em Santa Catarina, onde atuou no grupo RBS, ministrou aulas no curso de Jornalismo da Unisul (Itajaí), foi secretário de Estado de Comunicação e sócio-fundador da empresa Fábrica de Comunicação.

Exercia a 1ª vice-presidência da Associação Catarinense de Imprensa (ACI). O julgamento no próximo dia 7 será presidido pela juíza Mônica Bonelli Paulo Prazeres. O MP ainda não definiu seu representante, que terá companhia dos advogados André Mello Filho e Marcelo Luciano Vieira de Mello como assistentes de acusação. O advogado Alexandre José Biem Nieube atuará na defesa do réu (Autos n. 0047684-81.2015.8.24.0023).

Roger com a filha Sofia, um grande amor

Ghost Bike em homenagem a Roger Bitencourt

Em um domingo de verão, dia de sol como há meses não se via em Floripa, centenas de pessoas deixaram de fazer o que gostam, para pendurar uma bicicleta branca em um poste da SC 401, local do assassinato do ciclista Róger Bitencourt, por um motorista bêbado.

O que buscam essas pessoas, não é muito, pelo contrário, buscam condições mínimas de mobilidade, de forma segura e humana.

O que parece simples, está infelizmente longe de ser atingindo, devido a uma parcela raivosa da população e pela omissão das instituições públicas.

A morte do Róger se tornou notória, devido à forma brutal e banal que ocorreu, também em um domingo, fazendo o que gostava, pedalando com os amigos, no acostamento da SC 401, às 10 horas da manhã.

Apesar disso, a bicicleta, por ser mais humana, e portanto mais frágil que um carro, de forma alguma é mais perigosa. Perigosas, são as altas velocidades que matam motoristas, passageiros, ciclistas e pedestres.

Mortes não deveriam ser toleradas no trânsito, simplesmente porque poderiam ser facilmente evitadas.

Usuários de bicicleta sabem disso, e não toleram nenhuma morte, por isso estão nas ruas e não vão sair de lá. (Texto de Felipe Munhoz)

 

 

 

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