O Brasil virou uma panela de pressão, e não é de agora.

Vivemos nestes dias a resultante de um cenário político desmoralizado e em profundo esgotamento. Percebamos todos que ontem não foi o começo e que amanhã ou depois não será o fim. Há duas décadas essa espiral pelo poder se retroalimenta sem respeitar a pluralidade social e os poderes que regem a Constituição.

Diante de tudo que tenho visto, de tudo que vivi e do que intuo que enfrentaremos, permitam-me agregar ideias necessárias para a formação do seu entendimento democrático.

1. A direita brasileira não representa a quebradeira, a desordem e o caos. A direita brasileira, que norteia os governadores dos principais estados do Brasil, é muito diferente: empreendedora, intelectualizada, com abertura para o diálogo e resultados inegáveis de gestão. Não batizem de direita o que é diabólico, perverso e cruel.

2. A sociedade está em processo emancipatório – ainda. Somos um país jovem do mundo. Recém despertamos para aquilo que realmente acreditamos. Muitos à esquerda, muitos à direita e um punhadinho sobre o muro. Há quatro anos, éramos peças que não se encaixavam no quebra-cabeça da política nacional. Estamos todos nos entendendo agora, e o caminho deste desenvolvimento requer erros e acertos – para ambos os lados. O que, por óbvio, não abre precedentes para tolerância. Se houver crime, que haja pena para tal. E assim há de ser para todos os lados.

3. É paradoxal o que vivemos hoje. E é paradoxal também como a imprensa, de modo geral, trata a pauta. Hoje o PT é Planalto e a direita é terrorista. No início dos anos 2000, os conservadores – ainda sem entender o que eram – estavam no poder e o PT invadia terras, incitava manifestações desordeiras em propriedades particulares e metia o pé na porta de Assembleias Legislativas Brasil afora, como em Porto Alegre. Lembro bem.

4. A unidade do Brasil não virá com imposição. Assim como a democracia, ela precisa ser construída, e tal construção não será uma obra fácil e rápida. A unidade não virá destituindo governadores, muito menos pelo canetaço do STF. Tal prática agudizará ainda mais um cenário caótico e, seguramente, de inviabilidade política e econômica.

5. Estamos diante de uma revolução. Mas a revolução não pode ser bélica, resolvida à ponta da faca, no grito e na força. A revolução precisa ser de ideias, pois o conflito é de pensamento. Por isso, rogo que a direita do país recolha sua raiva para fazer o que sabe de melhor: pensar. Com estratégia, serenidade e diplomacia. E rogo também aos poderes constituídos, eleitos e magistrados, que tenham a sensibilidade de entendimento de que a pacificação do país precisa ser de forma horizontal, e não de cima para baixo, paternalista e surda.

 

Comentários

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Please enter comment.
Please enter your name.
Please enter your email address.
Please enter a valid email address.
Please enter a valid web Url.