O que você precisa saber sobre o ataque do Hamas a Israel?
O Hamas, grupo extremista islâmico, bombardeou Israel no último sábado (9) em um dos maiores ataques sofridos pelo país desde a Guerra de Yom Kippur, em 1973. Ao reivindicar a ofensiva, o Hamas afirmou que se tratava de uma grande operação em resposta à “agressão sionista”. Até o momento, o conflito já ultrapassou a marca de mil mortos e mais de cem sequestrados pelo grupo.
O Hamas conseguiu invadir o território israelense por meios terrestres, marítimos e aéreos, vitimando diversos civis. O grupo assumiu o poder na Faixa de Gaza em 2007 e já travou vários conflitos com Israel, mas nenhum dessa magnitude.
De acordo com o cientista político Heni Ozi Cukier, também conhecido como HOC, a dimensão da atual invasão representa uma grande falha de segurança de Israel.
“Israel é conhecido pela sua capacidade em sistemas de monitoramento, inteligência, segurança eletrônica e está em constante conflito com o Hamas e, portanto, essa área toda é monitorada. Não faz sentido o país ter sido vítima de um ataque dessas proporções. Falhas graves aconteceram e a sociedade israelense vai cobrar de seu governo”, opina.
A invasão do Hamas é vista como uma resposta a recentes acontecimentos geopolíticos que ocorreram no Oriente Médio. A Arábia Saudita e outros países do mundo islâmico ensaiaram uma aproximação como forma de firmar a estabilidade de seus governos e superar divergências entre sunitas e xiitas. Foi o caso da relação dos sauditas com o Irã, rivais históricos que retomaram os laços diplomáticos com a mediação da China.
No entanto, alguns países do mundo islâmico, como a própria Arábia Saudita e o Egito, desejam a aproximação com Israel. Isso não foi visto com bons olhos pelos iranianos e por grupos extremistas, como o Hamas e o Hezbola. “O Hamas não quer que a Arábia Saudita, um país que é símbolo do mundo islâmico, esteja em paz com Israel porque parte da sua narrativa para sustentar uma guerra contra Israel não vai fazer sentido”, afirma HOC.
Após os ataques, o presidente do Irã, Ebrahim Raisi, defendeu o Hamas e classificou o ataque como “legítima defesa da nação palestina”.
Nesta segunda-feira, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que a resposta de Israel aos ataques do Hamas “mudará o Oriente Médio”. Para Heni Ozi Cukier, as características dessa crise, com o Hamas atacando áreas urbanas sem respeitar regras de guerra, fazem com que a situação seja ainda mais dramática.
“O conflito tende a ser muito sangrento. Israel, eu acredito, vai fazer uma invasão terrestre para dentro da Faixa de Gaza”, disse.
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