Onda rosa: os ensinamentos de “Barbie” para o mercado

Na última semana, uma onda rosa passou pelo Brasil e pelo mundo. A estreia do filme “Barbie” mobilizou milhões de pessoas, que invadiram as salas de cinema vestindo a cor da personagem que marcou a infância de muitos. Com uma bilheteria de mais de US$ 704 milhões em menos de uma semana, a produção virou uma febre e deve continuar quebrando recordes.

Criada no final da década de 50, a boneca Barbie caiu nas graças de meninas ao redor do mundo, se tornando um ícone de beleza e criando um estereótipo feminino. No entanto, a marca precisou se adaptar com o passar do tempo para se enquadrar aos novos parâmetros da sociedade. Segundo a cientista política Elis Radmann, agora, a boneca representa o empoderamento feminino e as conquistas das mulheres.

A Barbie transcendeu as personagens de contos de fadas, ocupando diferentes espaços no imaginário social e mostrando que toda menina/mulher pode ser o que ela quiser ser”, afirma Elis.

Esse reposicionamento da marca foi reforçado e entrou em um novo patamar com o lançamento do filme. De acordo com Artur Vasconcellos, especialista em marketing, a campanha teve êxito como forma de gerar visibilidade e divulgação espontânea para a marca.

Foi uma ação de marketing tanto pro filme, quanto para a marca Barbie, incrível. Só se falou nisso na semana passada, dessa onda rosa. Gostando ou não, teve muita visibilidade”, opina Artur.

Artur também coloca a importância do uso do filme como forma de posicionar a marca perante uma sociedade que clama por isso. Na visão dele, ficar “em cima do muro” em todas questões que estão em debate no cotidiano não é mais uma opção para quem deseja ter sucesso em um empreendimento.

Ela (Barbie) nos ensina esse ponto que uma marca tem que comprar verdades, causas e temas. Ela não pode mais ficar alheia ao que acontece na sociedade, num mundo paralelo. A própria Barbie vive num mundo paralelo de plástico e saiu para falar de um problema real da nossa sociedade que ainda é patriarcal e machista”, explica.

Uma solução para isso pode estar no conceito de “ESG”, termo muito utilizado no meio empresarial atualmente. Ele consiste em um conjunto de práticas de governança ambiental, social e corporativa que colocam uma organização em um papel social acima de apenas gerar lucro. 

Se fala muito de ESG hoje com um viés só de sustentabilidade,mas temos que lembrar que o ‘S’ vem de social. Então as marcas se engajam em alguma causa social, algum tema que é nobre para a sociedade. E, sem dúvidas, a igualdade de gênero, o empoderamento feminino, é um deles”, complementa Artur Vasconcellos. 

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