Operação da PF investiga espionagem ilegal no governo Bolsonaro
A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (25) uma operação que investiga o monitoramento ilegal de pessoas pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro. Um dos alvos é o ex-diretor da agência e pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro, Alexandre Ramagem (PL-RJ), um dos principais aliados do ex-presidente.
A operação apura se a Abin usou o software FirstMile para produzir relatórios sobre políticos adversários e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O software é produzido pela empresa israelense Cognyte. Ele permite rastrear a localização de uma pessoa, a partir de dados transferidos entre seu celular e torres de telecomunicações, e seria capaz de permitir o acompanhamento de até 10 mil pessoas por 12 meses.
Autoridades como o atual ministro da Educação e então governador do Ceará, Camilo Santana, e o ministro do STF, Gilmar Mendes, teriam sido alvos de uma estrutura paralela dentro da organização, integrada por policiais federais e oficiais ligados à Ramagem.
O monitoramento dos alvos teria utilizado ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial.
A PF fez buscas no gabinete de Alexandre Ramagem na Câmara dos Deputados e o intimou a prestar depoimento. Em uma rede social, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou que a operação contra Ramagem “é uma perseguição por causa do Bolsonaro”. “Isso é pura perseguição e pode acabar elegendo o Ramagem com mais facilidade no Rio de Janeiro”, afirmou.
Além disso, foram cumpridas 21 medidas judiciais de busca e apreensão em Brasília, Rio de Janeiro, Juiz de Fora e São João del Rei. Sete policiais federais também são alvos da operação da Vigilância Aproximada e foram afastados das suas funções, segundo a PF.
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