Opinião: Liberdade de expressão ameaçada

Por Sérgio Lima*

Reflete-se, a todo momento, sobre as razões que nos fazem humanos. Este é o papel da filosofia: tentar indicar de onde viemos e para onde vamos. No entanto, o que nos torna diferente dos outros seres vivos é a capacidade de expressão, de comunicação, de interação clara e inequívoca, de ampliação da consciência e do conhecimento, da inquietude em aumentar horizontes.

Quando uma sociedade, de maneira geral, perde ou tem tolhida sua liberdade de expressão e comunicação, está condenada a seguir padrões definidos por poucos. Em palavras menos bonitas, sem liberdade de expressão não há sociedade.

O conceito de democracia é inexorável à defesa das liberdades individuais: todos têm assegurado o direito inalienável de se expressarem como bem entenderem. E o conjunto de leis que rege esse sistema é o responsável por delimitar onde começa e termina o espaço de cada um.

Pré-definir o que um cidadão pode dizer ou como se expressar invalida qualquer conceito de sociedade democrática. Em uma sociedade altamente conectada, com acesso à troca de conhecimento em velocidades inimagináveis, a liberdade de expressão é mais do que um direito: torna-se bem intangível, conquista de cada ser humano ao nascer.

Neste momento, o Brasil está à beira de entrar em período de ameaça à liberdade de expressão irrestrita. O País corre o risco de ser condenado à obediência a quem é contra o livre pensar. Este é o maior perigo que se vive no Brasil: controle absoluto da internet com a cortina de fumaça da regulação. Se a internet é regulada da forma como pretendem alguns inimigos da democracia, a sociedade estará fadada a ruir no seu conceito fundamental. Não há sociedade; portanto, não há democracia; portanto, não há liberdade de expressão; portanto, não há vida.

Que os cidadãos, que – em sua imensa maioria – acreditam nas liberdades individuais, agigantem-se e entendam que é necessário se expressar para assegurar o direito inato à liberdade. Que a democracia seja defendida – e, por consequência, o livre pensar, o livre dizer e a livre expressão. Termino com outra frase do professor de Psicologia da Universidade de Toronto, Jordan Peterson: “Controlar o que pode ser dito significa controlar o que pode ser pensado.”

*Publicitário, especialista em marketing político e gestor da agência de conteúdo de marketing político Inclutech

Este texto faz parte da edição 147 da Revista VOTO. Você pode conferir a íntegra gratuitamente. 

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