Opinião: Temos um país a zelar

*Por Karim Miskulin

Muitas vezes as pessoas me perguntam como eu posso ser tão otimista trabalhando com política. Como, mesmo diante do caos, torço pelo governo.

Pois bem, às vezes também me deparo com esta pergunta, e tempos atrás, em um dos últimos pronunciamentos do presidente Bolsonaro ele terminou com a frase “tenho um país a zelar”. Ela ficou latejando na minha mente e me fazendo refletir sobre o quanto do meu zelo é dedicado ao Brasil.

Chorei a saída de Sérgio Moro do governo federal. Não exatamente por ele, mas por um bonito capítulo da história brasileira que acabava ali. Moro foi um líder que fez nossos corações verde e amarelo renascerem. Fez o Brasil acordar e uniu multidões na defesa da ética, da justiça e no combate à corrupção. Prendeu praticamente todos os integrantes da quadrilha que saqueou o Brasil. Cumpriu o seu papel.

Aprendi muita coisa na política, entre elas que muitas vezes a pressa é inimiga do bom senso. Aprendi a não atirar pedras sem dar tempo ao tempo. A maioria o faz, usando de oportunismo interessado nas próprias conveniências, normalmente seguindo o “efeito manada”.
Aprendi a pensar a vida e o Brasil a longo prazo. Aprendi o quão difícil é e quanto tempo se leva para amadurecer politicamente uma nação. Aprendi que os sistemas têm raízes históricas e que não mudamos a cultura política sem dor, sem rupturas.

Não tenho partido político nem devoção a ninguém, mas sempre estarei ao lado da verdade, doa a quem doer, derrube a quem derrubar. Há 20 anos trabalho com política. Sempre pautei minha atuação em cima de preceitos que considero básicos: ética, lealdade e confiança. Sempre defendi conceitos que me são caros: liberdades individual e coletiva, livre mercado, propriedade, estado enxuto.

O governo federal tem um timaço de pessoas comprometidas com o país, gente incorruptível que abdica da boa vida para se doar por todos nós. Lutam para reverter os efeitos do Coronavírus e lutam por um Brasil mais competitivo.

Vejo que com a pandemia as armas foram empunhadas e que o oportunismo se vale do medo para construir seus batalhões. O momento não é para isto. Gostemos ou não de quem nos governa, temos um país a zelar.

Não se pode abandonar governos com a imaturidade de quem abandona um brinquedo que não lhe agrada mais. Um país é o que cada um de nós faz dele todos dias. O país que queremos não se constrói sozinho, precisa ser a união de cada um de nós.

É preciso aprender com os erros do passado e do presente. É preciso olhar para trás e ver que mesmo longe do ideal, avançamos. Temos uma democracia pujante e um país inteiro a ser reconstruído.

Não é hora de zelar apenas pelas nossas famílias, pelas nossas empresas, pelas nossas vidas. É hora de desarmar os espíritos. Valorizar o que temos e o que já conquistamos. É hora de zelar pela nossa liberdade, pela nosso direito de ir e vir, pela vida das nossas cidades e das nossas empresas. É hora de bom-senso. É hora de esquecer os interesses individuais e encontrar, juntos, caminhos seguros para o Brasil voltar ao trabalho!
É hora de zelar pelo Brasil.

*Karim Miskulin é cientista política e CEO do Brasil de Ideias

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