Pedro Sánchez é reeleito premiê da Espanha com apoio de separatistas

O líder do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), Pedro Sánchez foi reeleito premiê da Espanha na última quinta-feira (17). A decisão veio após Sánchez antecipar as eleições e realizar concessões a separatistas catalães que exigiam a aprovação de um projeto de lei que concedia anistia a líderes de protestos.

Com as manobras, o premiê conseguiu o apoio de sete partidos: o bloco de esquerda Sumar, a Esquerda Republicana Catalã, o Juntos pela Catalunha, a coligação independentista basca Eh Bildu, o Partido Nacionalista Basco, o Bloco Nacionalista Galego e a Coalizaão Canária. 

Os movimentos de Pedro Sánchez para se manter no poder geraram uma onda de protestos na Espanha, liderados por grupos de direita. Eles são contra a anistia concedida aos separatistas que proclamaram independência da Catalunha sem respaldo legal em 2017. 

O pacto com grupos separatistas da Catalunha e do País Basco é um ponto que gera conflitos na política espanhola há décadas. A Constituição do país não fala em anistia, mas o Código Penal conta com dois artigos que dizem apenas que, quando for aplicada, “será ordenada a soltura do réu ou réus que não estejam presos por outro motivo”.

Meses de impasses

Os impasses para a reeleição de Sánchez começaram em maio, quando as eleições regionais para prefeituras e parlamento deram a maioria para a opisição de direita. Derrotado, o socialista convocou a antecipação das eleições gerais para julho. O vencedor foi o Partido Popular (PP) que teve 33% dos votos, contra 32% do PSOE. 

No entanto, o líder do PP, Alberto Feijóo, não conseguiu costurar acordos para formar maioria e se tornar premiê. Ele foi derrotado nas votações e o rei Filipe VI autorizou Pedro Sánchez a tentar montar uma coalizão e se manter no cargo.