PROPOSTA BUSCA REDUZIR CUSTO E AUMENTAR DEMANDA POR TRANSPORTES COLETIVOS

A mobilidade urbana da Região Metropolitana foi discutida nesta terça-feira (19) entre gestores municipais, líderes políticos e empresários. O seminário Construindo Hoje o Amanhã foi ministrado pelo presidente-executivo da Associação Nacional de Empresas de Transportes Urbanos (NTU), Otávio Vieira da Cunha Filho. O especialista apresentou cinco propostas para aprimorar o modal rodoviário e o transporte coletivo.

O centro do projeto está na implantação de 8.999 quilômetros de vias prioritárias para ônibus em 112 cidades com mais de 250 mil habitantes. O investimento seria de cerca de R$ 18,7 bilhões, a ser destinado pelo Orçamento Geral da União pelos próximos quatro anos. Estudos apresentados por Vieira da Cunha indicam que, a partir das obras, será reduzido o tempo de viagem e o custo do serviço. Com isso, seria possível diminuir em até 50% o preço para os 174 milhões de usuários no país.

De acordo com a estratégia apresentada pelo presidente da NTU, haveria uma considerável migração de usuários do transporte individual – como de aplicativos – para os coletivos. “Hoje, 1% do PIB do país é destinado para saúde de acidentados. Acidentes envolvendo ônibus são apenas 1%. Ou seja, andar de ônibus é muito mais seguro”, disse. Outros pontos que englobam a proposta tratam do financiamento do custeio, da criação de programas de padrão de qualidade, de desenvolvimento social e de transparência.

Para o presidente da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre (Granpal), Miki Breier (PSB), a discussão precisa ganhar musculatura política para ecoar em Brasília. “O problema é de todos, e as soluções não serão individuais. Precisamos colocar isso no centro do debate, tratando como prioridade aquilo que impacta na vida do trabalhador”, destacou Miki, que também é prefeito de Cachoeirinha.

Na avaliação do presidente da Associação dos Transportadores Intermunicipais de Passageiros (ATM), Alexandre Biazus, é preciso diálogo entre os diferentes atores da gestão pública. “As necessidades das pessoas se deslocarem tem muito a ver com as facilidades que precisamos propor. Isso é uma oportunidade”, garantiu. A ATM atua em 20 municípios da Região Metropolitana e transporta mais de 7,5 milhões de passageiros por mês. A frota é de 1.470 ônibus, contando com uma força de trabalho de 5 mil funcionários.

Debate necessário

Para o prefeito de Gravataí, Marco Alba (MDB), é preciso discutir com embasamento, a partir de informação de evidências. “Precisamos tratar desse assunto com técnica, com evidências reais, e essa instrumentalização para defesa política passa pela técnica”, elogiou, ressaltando a riqueza de informações apresentadas no seminário. Segundo o diretor superintendente da Metroplan, Rodrigo Schnitze, é preciso remodelar todo o sistema. O gestor destacou ainda que a realidade gaúcha requer uma atenção especial e profunda nas integrações.

Deputado estadual e presidente da Comissão de Mobilidade, Sebastião Melo (MDB) entende que os prefeitos precisam encarar o assunto. “Ninguém coloca isso como a principal bandeira do governo. Precisamos fazer integração na capital. É pauta vencida. Taxar transporte de aplicativo, de estacionamento, para o fundo de mobilidade. É na política que isso mudará”, defendeu.

Na avaliação da presidente da AGERGS, Elizabeth Pereira, o assunto precisa de ainda mais discussão, que haja satisfação entre todos os atores do processo. Secretário Municipal de Mobilidade de Porto Alegre, Rodrigo Mata Tortoriello vê como necessária a isenção de ICMS para o diesel no Estado, pois a querosene para viação regional recebeu o mesmo incentivo.

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