“Risco em algum lugar é risco em todo lugar”, aponta relatório do Fórum Econômico Mundial
Lançamento foi feito nesta terça-feira (19) e expõe riscos relacionados com possíveis pandemias globais. O documento de 2021 tem foco, principalmente, nos resultados gerados pela pandemia do novo coronavírus
O Fórum Econômico Mundial (World Economic Forum – WEF) lançou o Global Risks Report 21, documento que identifica riscos iminentes a nível global e os classifica de acordo com o prazo em que se tornam uma ameaça.
Em todas as suas 15 edições, o WEF alertou sobre o Risco de Pandemias. Neste ano, o relatório reitera que “risco em algum lugar é risco em todo lugar”, e que fronteiras físicas ou bravatas nacionalistas não salvam o planeta de doenças, mudanças climáticas, polarização geopolítica e outros problemas.
“Nossa análise está centrada nos riscos e consequências do aumento das desigualdades e da fragmentação da sociedade. Em alguns casos, as disparidades nos resultados de saúde, tecnologia ou oportunidades da força de trabalho são o resultado direto da dinâmica criada pela pandemia. Em outros, as divisões sociais já existentes se ampliaram, sobrecarregando as fracas redes de segurança e as estruturas econômicas além da capacidade. Se as lacunas podem ser reduzidas dependerá das ações tomadas na esteira do COVID-19 para reconstruir com uma visão de um futuro inclusivo e acessível. A inação sobre as desigualdades econômicas e a divisão da sociedade pode paralisar ainda mais as ações sobre as mudanças climáticas – ainda uma ameaça existencial para a humanidade”, diz o relatório.
O documento também chama atenção para o impacto econômico da Covid-19, que resultou em cerca de 4,4% de recuo no Produto Global Bruto e empurrou mais 150 milhões de pessoas à pobreza extrema, além de registrar que as empresas que refletem os valores sociais podem fortalecer a confiança da sociedade e reduzir a desigualdade e que o protecionismo ampliado pode aumentar custos e incertezas no ambiente de negócios.
O Global Risks Report apresenta também o termo “pandemials” como sendo a juventude que vive em uma era de oportunidades perdidas. “Jovens adultos (de 15 a 24 anos) em todo o mundo estão enfrentando sua segunda grande crise global em uma década: eles entraram na juventude no meio da crise financeira e agora estão saindo no início de uma pandemia não vista há gerações. Eles enfrentarão sérios desafios em sua educação, perspectivas econômicas e saúde mental”, diz o documento.
Segundo a Diretora Administrativa do Fórum Econômico Mundial, Saadia Zahidi, é importante que os países estejam preparados para enfrentar os grandes desafios dos próximos anos. “Em 2020, o risco de uma pandemia global se tornou realidade, algo que este relatório vem destacando desde 2006. Sabemos como é difícil para governos, empresas e outras partes interessadas abordar tais riscos de longo prazo, mas a lição aqui é para todos de nós reconhecer que ignorá-los não os torna menos prováveis de acontecer”, afirmou Zahidi.
O WEF faz uma chamada urgente para a Coesão Social e destaca as Fraturas Sociais como a divisão digital, o linchamento reputacional, a desilusão da juventude, entre outros, e suas severas implicações à sustentabilidade da humanidade. “As empresas precisarão gerenciar os riscos da licença social e o desejo dos acionistas de crescimento trimestral”.
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