Temer sobre Previdência: ‘Hora de tomar decisão’

O presidente Michel Temer  cobrou uma definição sobre a proposta de reforma da Previdência. Segundo o presidente, é “hora de tomar uma decisão. “O texto que apresentamos ao Congresso foi amplamente discutido ao longo do ano que passou. Também aqui, o diálogo tem sido nosso método. Fizemos ajustes para atender a preocupações legítimas, para criar regras de transição mais suaves. Chegou a hora de tomar uma decisão”.

“Para quem ganha até o teto da Previdência Social, que é R$ 5.645, não tem nenhuma diferença. Os que ganham além desse valor vão ter que fazer uma Previdência complementar. Não significa que eles não se aposentarão com 30, 33 mil reais. Apenas vão ter que pegar uma parte do que ganham por mês e depositar em uma conta suplementar para garantir essa aposentadoria”, explicou o presidente.

Temer disse ainda que, se o texto da reforma não for aprovado pelo Congresso Nacional, o setor previdenciário pode falir, o que acarretaria no fim dos benefícios.“Se nós não concertarmos a Previdência, daqui a dois, três anos a Previdência não resiste. Vejam o que aconteceu com o Rio de Janeiro ou o Rio Grande no Norte. Se a União não socorre, não haveria como pagar os aposentados. Houve impossibilidade de pagamento”, lembrou.

Entre outros pontos, a reforma da Previdência pretende equiparar os regimes previdenciários dos servidores públicos aos do INSS. Segundo a equipe econômica do governo Federal, isso vai acabar com privilégios existentes atualmente no setor.

Entre os Poderes

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, também fez uma defesa ferrenha da reforma da Previdência e disse que o Brasil precisa de igualdade entre os sistemas de aposentadoria dos setores público e privado.

“Não tenho nenhum problema em dizer que a reforma da Previdência não vem aqui, de forma nenhuma, para beneficiar quem ganha o teto do salário público, o regime geral. Vem para garantir igualdade. Essa igualdade é que a sociedade está esperando da política brasileira”, disse.

Segundo Maia, é preciso também reorganizar as despesas públicas, pois a maioria dos Estados estão em situação financeira delicada, sem recursos para pagamento de salários e áreas essenciais, como segurança. Em referência às eleições marcadas para outubro deste ano, o presidente da Câmara disse que nenhum político conseguirá governar sem a aprovação das reformas atualmente em tramitação nas Casas.

Na avaliação de Maia, não se pode propagar o que chamou de “discursos fáceis” em combate às ações propostas, mas reforçar discursos “duros e verdadeiros”. “A gente não vai melhorar a vida dos 4 milhões de brasileiros que voltaram à pobreza com discurso fácil”, declarou Maia.

Já o presidente do Senado, Eunício Oliveira, disse nesta terça-feira (6) que caso o governo consiga aprovar a reforma da Previdência na Câmara, não será fácil votar o tema no Senado às pressas. “O difícil é convencer os senadores que essa matéria depois de passar um ano e dois meses na Câmara chegue aqui de manhã e, sem nenhum direito a debate, sem nenhum direito a emendas, sem nenhum direito à discussão, seja aprovada no mesmo dia. O sistema é democrático e bicameral”, disse.

Foto: Beto Barata/PR

Tag:

Comentários

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Please enter comment.
Please enter your name.
Please enter your email address.
Please enter a valid email address.
Please enter a valid web Url.