A troca de acenos entre Bolsonaro e Toffoli

O primeiro encontro entre o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, foi marcado, nesta quarta-feira (7/11), por acenos dos dois lados após momentos de tensão entre integrantes da campanha do político e ministros da Corte na reta final das eleições.

Diante das indicações de que o STF pode resistir a propostas de Bolsonaro, como endurecer o regime de progressão de penas e deflagrar uma política de encarceramento maciço, o presidente eleito afirmou que, muitas vezes, poderá ouvir o presidente do STF antes de enviar medidas para discussão no Congresso.

“Pode ter certeza, vossa excelência, que muitas vezes antes de tomar inciativa o procurarei para que a gente possa aperfeiçoar essa ideia e ela, de forma mais harmônica, siga seu curso nacional dentro do Parlamento, que é outro poder, que conheço com certa profundidade, pois estive lá ao longo 28 anos como deputado”, disse.

A proposta ganhou respaldo do presidente do STF. “Eu acho que muitas vezes, antes de uma medida ser tomada do ponto de vista legislativo, muitas vezes dialogando aqui poderemos evitar que depois, lá na frente, venha a se ter uma declaração ou uma decisão do Supremo que entre em choques.”

Em outra frente, Toffoli mostrou disposição para um Pacto Republicano com objetivo de resolver as reformas da previdência, tributária e da segurança.

“Da parte do STF, estamos abertos a esse diálogo institucional para estabelecermos Pacto Republicano como já houve no passado e trouxe leis bem facejas. Inclusive leis que tratam do combate à corrupção foram frutos de pactos assinados entre presidentes da República, do STF, da Câmara e do Senado”, afirmou o ministro citando como exemplo de resultado positivo do diálogo entre os Poderes o aperfeiçoamento da legislação de combate à corrupção.

“Não sou eu, nós não podemos errar. Nosso povo tem problemas, e temos, como senhor bem disse, que solucionar o mais rápido possível as questões fiscal, previdenciária e aquele que todo dia bate à porta de muitos brasileiros, que é a questão da segurança”, afirmou o presidente eleito.

Toffoli ressaltou que Bolsonaro será “o presidente de todo o país, de toda a nação brasileira” a partir do ano que vem. “Da parte do Supremo Tribunal Federal, estamos abertos a esse diálogo institucional, estabelecer um pacto republicano”, disse.“Relação entre os poderes é de independência, mas temos o dever da harmonia”, completou Toffoli.

Participaram da reunião também filhos de Bolsonaro e integrantes da equipe do presidente do STF. Eduardo Bolsonaro, que provocou desgastes na Corte após divulgação de vídeo dizendo que bastaria um cabo e um soldado para fechar o tribunal, não se manifestou. Em uma breve fala, Flávio Bolsonaro disse que o encontro mostra que questões pequenas devem ser deixadas de lado para discussões de pontos relevantes. Com informações JotaInfo

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