Voto Explica: o que está acontecendo em Cuba? Com Paulo Kramer

Paulo Kramer, 64, é professor doutor aposentado de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB) e explica, para o público do Grupo VOTO, o que está acontecendo em Cuba atualmente.

Para ele, o ponto de partida para compreensão de regimes ditos socialistas e suas crises, é sempre a noção de que eles se conformam ao chamado modelo patrimonialista.

Segundo o professor, Cuba é um país muito pequeno cujo regime dependia muito da mesada que a União Soviética dava para eles. “De uma hora para outra isso acabou, aí veio um período de enorme, profunda e longa crise econômica para o povo cubano. A ingestão de calorias ficou lá embaixo e todo mundo emagreceu. As rações às vezes se limitavam a um ou dois biscoitos por dia.”

Sobre a oligarquia dos irmãos Castro, ele explica que não foi capaz de promover uma abertura econômica que poderia ter ajudado a permanecer no poder sofrendo menos contestação. “Então, eles descarregam toda a aposta na repressão. É um regime que eu acho que esgotou a sua capacidade de reprimir. O que está acontecendo em Cuba é um modelo econômico falido, que precisa recorrer à repressão e o povo está se rebelando.”

Kramer diz que Cuba é um retumbante fracasso econômico. “Eles colocam culpa no embargo dos EUA, mas Cuba tem relações com todos os países desenvolvidos, como o Canadá e em especial com a Espanha.”

Sobre internet, ele explica que lá a internet é cara e controlada, mas dentro dessas limitações o povo dá um jeito de se comunicar.

Para finalizar, o professor disse que Cuba não tem mais a bandeira do socialismo para se apoiar. “Não tem a bandeira do socialismo, não tem mais a bandeira do combate à corrupção, porque como é um regime de partido único, patrimonialista, é um regime extremamente corrupto”.

Kramer ainda afirmou que a Revista VOTO tem um papel muito importante na promoção das liberdades. “As pesquisas realizadas neste momento não dizem muita coisa ainda, mas elas revelam, se estiverem certas, que o Brasil está prestes a voltar para um governo que falava e achava maravilhas de Cuba e dos países totalitários. Eu acho que é o papel da imprensa livre e democrática ajudar os brasileiros a lutarem para que isso não aconteça.”

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