Em jogo, o futuro – Por Ana Amélia Lemos

O ano de 2018 será marcado por duas grandes disputas que terão impacto nas expectativas dos brasileiros.  Uma, no campo esportivo, a participação do Brasil na Copa do Mundo, na Rússia. Dependendo do desempenho de nossa seleção, poderá influenciar positiva ou negativamente na coesão social do país. Mas será no campo da política que estará em jogo o futuro do nosso país, com as eleições gerais.

Na disputa eleitoral, existe, por enquanto, uma previsão: o aumento de votos nulos, brancos e abstenções. E duas certezas: as datas da votação e a de que Lula não será candidato, porque a Lei da Ficha Limpa impedirá o registro de sua candidatura. Basta lembrar as incisivas manifestações sobre o tema, feitas pela presidente do STF, Cármen Lúcia, e pelo presidente do TSE, Luiz Fux. Qualquer condenado em segunda instância por colegiado, como Lula, é “irregistrável” como candidato, nas palavras do recém-empossado presidente do TSE.

Ironicamente, a Lei da Ficha Limpa, contra a qual se insurgem agora as lideranças petistas, foi apoiada por toda a esquerda e sancionada pelo próprio Lula, em 2010. Da mesma forma, o instituto da delação premiada foi instituído pelo governo Dilma Rousseff, em 2013.  Nos dois casos, o PT prova do próprio veneno e paga o preço por ter se apresentado à sociedade como um partido diferente – quando, na prática, elevou ao estado da arte os malfeitos que a Operação Lava Jato investigou e já recuperou, pelo menos, R$ 4 bilhões.

Em vez de fazer autocrítica e uma retratação pública perante a sociedade que foi enganada, o partido apela para a desqualificação das instituições, com uma narrativa desrespeitosa e agressiva contra magistrados, procuradores da República, policiais federais, imprensa e todos aqueles que se colocam contra a gritaria petista. Simplesmente por cobrarem a correta aplicação das leis para continuar o processo de depuração, iniciado pela Lava Jato, que ganhou visibilidade e repercussão internacional.

Esse ambiente de antagonismo e confronto, reforçado pelas manifestações raivosas das lideranças petistas contribui para o desencanto dos eleitores, manifestado nas pesquisas de opinião, deixando o panorama eleitoral ainda mais incerto. Levantamento recente do Instituto Locomotiva/Ideia Big Data revelou que 96% dos eleitores não se sentem representados pelos políticos no Brasil. A pesquisa contém recados diretos para a classe política, que precisa estar sintonizada com a sociedade, trabalhar pelos interesses da população, abrindo mão de regalias como o auxílio-moradia.
Os eleitores precisam avaliar, com rigor, a ficha de seus candidatos. É o momento em que o cidadão é chamado a se posicionar e fazer, pelo poder do voto, as escolhas que terão influência direta no futuro de cada um de nós. Num ano de grandes desafios, o maior deles é mudar o nosso país e não deixar o país, como muitos já estão fazendo.

Por Ana Amélia Lemos, senadora

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