“Fake News” devem ganhar força nas eleições de 2018

O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Tarcísio Vieira Carvalho informou que a Corte pretende fazer um manual de comportamento para os atores eleitorais em 2018 com o objetivo de combater as “fake news” (notícias falsas). Durante o seminário Fake News e Democracia, no Senado, ele afirmou que o Estado tem que agir para proteger o eleitor.

O deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) disse que já apresentou dois projetos de lei sobre o tema: um para punir o disseminador de notícias falsas e outro para punir o provedor do site que abrigou o material. As informações são de O Globo.

— O Estado deve atuar para proteger o eleitor, não tutelando excessivamente sua inteligência ou sua capacidade de discernimento, mas prestando esclarecimentos que se fazem necessários para formação de juízo de valor — disse o ministro Tarcísio Vieira.

O senador João Alberto (PMDB-MA) apontou as ameaças que as notícias falsas podem representar aos candidatos e eleitores durante a campanha eleitoral. Segundo ele, nos dias atuais a velocidade muitas vezes se sobrepõe à qualidade.

— Nessa corrida pelo novo há quem perceba um campo fértil para atacar a reputação de seus adversários. Dessa forma, as fake news passaram a ser as maiores ameaças à democracia, impulsionadas pelo fenômeno das mídias sociais — afirmou, complementando:

— Quero acreditar que as fake news não definirão as eleições do ano que vem.

Já Hauly ponderou que a campanha no ano que vem será curta, com apenas 45 dias de duração, e portanto não haverá tempo para um candidato atacado por uma mentira divulgada sobre ele se recuperar ainda durante o pleito.

— A mentira das campanhas de antigamente era dois cidadãos num ônibus, um falando mal do adversário, essa era a grande fake news que se disseminava. Hoje o poder é avassalador. A lei tem que ser rigorosa — discursou.

A professora da Fundação Getúlio Vargas Luciana Salgado alerta para o perigo das chamadas “Fake News” nas eleições de 2018. Para ela, internautas devem redobrar a atenção ao compartilhar qualquer conteúdo nas redes sociais. Luciana é professora do MBA de Marketing Digital da FGV e da Universidade Veiga de Almeida (UVA), consultora de Marketing Digital, além de ser considerada uma referência nacional em campanhas políticas na internet e em marketing digital para os setores público e privado.

Ela explica que, com a proximidade das eleições , antes mesmo do início oficial das campanhas eleitorais, os boatos tendem a aumentar bastante nas redes sociais. O perigo para os internautas que replicam conteúdo de candidatos, segundo ela, está em compartilhar material recebido sem checar as informações. “O cidadão precisa ficar um pouco mais esperto: checar a fonte, checar quem é o autor, buscar a credibilidade do site ou blog que vinculou…”, pondera.

Nas próximas eleições, os cidadãos brasileiros vão escolher deputados estaduais e federais, senadores, governadores e presidente da República. De acordo com as informações da FGV, serão permitidos os chamados “posts patrocinados”, que são publicações pagas, ou seja, propaganda nas redes sociais, com o objetivo de aumentar a aparição dos candidatos pela internet. Nesse contexto, os internautas devem redobrar a atenção com publicações e informações compartilhadas.

Foto: Pixabay

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