FLORESTAS AQUI. E FAZENDAS TAMBÉM.

* Por Mateus Bandeira

Os ataques ao Brasil promovidos pelo presidente da França, Emmanuel Macron, por ONGs financiadas pelos países industrializados e por nossa oposição colonizada são, perdoem o trocadilho, cortina de fumaça. O menor interesse deste grupo é a preservação da Amazônia.

Para chegar a esta conclusão não é necessário decifrar relatórios de climatologistas. Graças à internet – invenção capitalista -, os dados estão à disposição de todos que sabem ler.

Para quem sabe plantar – como nós, brasileiros -, três conclusões brotam do solo, às vezes arenoso, mas fértil da racionalidade.

Primeiro. O Brasil é disparado um dos países que mais preservam o meio ambiente no planeta – se não o maior.

Segundo. As queimadas na Amazônia não são um fenômeno isolado no mundo, tampouco o de maior proporção.

Terceiro. A guerra contra o Brasil, com o apoio da nossa oposição vassala, é comercial, geopolítica e midiática.

Dados da Embrapa Territorial, confirmados pela Nasa, apontam que 66,3% de todo o território nacional tem vegetação nativa preservada. Deste total, 25,6 p.p. são responsabilidade dos agricultores brasileiros.

Nenhum país rico chega perto dos nossos índices de preservação. Isto não é fruto do acaso, mas consequência da consciência ambiental dos produtores rurais, da ação efetiva do Governo Federal e da legislação votada pelo Parlamento.

Imagine você, leitor, se a lei o obrigasse a preservar intactos 80% de sua propriedade? Pois é isto que devem fazer os proprietários rurais amazônidas. Não à toa, a Amazônia tem incríveis 84% de solo recoberto com vegetação nativa.

Além disso, como destacou a advogada Samanta Pineda, há 20 anos trabalhando com legislação ambiental, não há incentivo algum do governo. Cabe aos produtores rurais, sozinhos, preservar ou restaurar a área nativa.

Aí o leitor dirá: sim, mas isto não altera o fato de que existem queimadas. Certo. As queimadas existem e, quando ilegais, devem ser combatidas e os criminosos punidos.

O que Macron, as ONGs e nossos acólitos esquerdistas não dizem é que se trata de fenômeno mundial. E o Brasil não é o vilão.

Destaque do jornal El País, longe de ser um jornal direitista: “A Sibéria queima e a Groenlândia derrete”. Segundo o Greenpeace, a Sibéria já queimou este ano 15 milhões de hectares.

Ainda o El País: “A África arde ainda mais do que a Amazônia”. A Agência Bloomberg confirma com números da Nasa colhidos em 22 e 23 de agosto: 7 mil focos de incêndio em Angola, 3 mil no Congo, 2 mil no Brasil, 1 mil na Zâmbia e 0,8 mil na Austrália.

Informação divulgada pela GloboNews registra que 12 estados dos EUA sofrem com queimadas, inclusive o gélido Alasca. Atento, o leitor do CIDADE perguntará: então, vamos deixar a floresta arder em chamas?

Não, não vamos. A prova disto é que estamos no topo da preservação ambiental, e não o contrário como fazem crer ambientalistas de fachada que apenas atendem o interesse das nações ricas.

Como registrou o The New York Times, o desmatamento na Amazônia voltou a subir em 2013, no governo do PT. Além disso, as queimadas de 2019 (jan-ago) estão na média dos últimos 20 anos, segundo levantamento da Fiesp.

Porém, em 2005 e 2010, a área destruída foi muito maior do que a atual. Então, “por que agora existiu toda essa repercussão”, pergunta Pineda, na BandNews.

Por que Macron e nossa esquerda domesticada pelo velho colonialismo europeu (atenção!, a Guiana Francesa é uma colônia) não falam da Sibéria, do Alasca, da Groenlândia, da África? Porque só aqui, no Brasil, temos produtores rurais capazes de competir com os melhores do planeta.

Somos o terceiro maior produtor de alimentos do mundo. Caso nossa infraestrutura melhore, como planejado pelo Governo Bolsonaro, ocuparemos o primeiro lugar.

Aqui, o nó górdio. O presidente Bolsonaro resolveu destravar a economia, modernizando-a. E isto não interessa aos países mais ricos.

Nossos produtores rurais já são mais eficientes do que os franceses. Imagine com a infraestrutura adequada!

Eis o medo da França, que subsidia sua ineficiente agricultura. O pretexto é o de proteger a Amazônia, mas o alvo é não ratificar o acordo União Europeia-Mercosul.

Há muito mais argumentos, leitores. Mas vamos ficar com a palavra de Olivier Dabène, professor do Instituto de Estudos Políticos de Paris, em entrevista à Folha de S. Paulo. Para ele, o que Macron está fazendo chama-se “hipocrisia” (atenção!, Macron concede licenças a mineradoras na Guiana colonizada).

Quem quiser ficar ao lado de nossa oposição entreguista, que adote o lema dos produtores estrangeiros: “Farms here, forests there”. Da minha parte, fico com o lema que vai nos levar à condição de celeiros do mundo: “Florestas aqui. E fazendas também.”

Como sou discípulo apenas da razão e da minha consciência, não deixo de criticar o governo brasileiro. Se quiser melhorar a imagem diante do mundo, que saiu muito arranhada, deve urgentemente aprender a se comunicar. Como se viu neste curto artigo, fatos em nosso favor há de sobra.

* Mateus Bandeira foi CEO da Falconi, presidente do Banrisul, secretário de Planejamento do RS e é colunista da Revista Voto.

Foto: Felipe Nyland

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