7ª edição da Virada Feminina promove debates em São Paulo

No dia 25/11 acontece na Câmara dos Vereadores de São Paulo a 7ª edição da Virada Feminina, evento em prol do Dia Internacional para Eliminação da Violência Contra as Mulheres, criado pela ONU em 1999. Esta data é em homenagem às irmãs Mirabal que  foram brutalmente assassinadas pelo governo da República Dominicana. Minerva, Maria Teresa e Pátria Mirabal, conhecidas como irmãs Mirabal, foram assassinadas, no dia 25 de novembro de 1960, pelas forças de repressão da ditadura do presidente dominicano Rafael Leónidas Trujillo. 

O evento  é gratuito e será uma homenagem às mulheres, onde serão abordados temas de feminicídio e equidade de gênero por meio de diversas atividades. Segundo a organização do evento, a ideia é utilizar a data para promover a reunião de grupos de discussões, estudiosos e reunir propostas concretas que possam avançar nesta questão social, dentro da Virada Feminina. Será uma ponte para estimular a construção de processos de desenvolvimento que geram, equidade, justiça social.

A Virada Feminina tem sempre na sua pauta o olhar e a voz da mulher fortalecendo seu protagonismo na sociedade. Este ano o foco é a questão da violência contra a mulher e o racismo por constatarmos que infelizmente o número de casos de violência e racismo vem crescendo muito.

Unir as pontas do poder público/privada com as mulheres invisíveis perante a sociedade, que são as mulheres que moram em comunidades, sofrem violência dentro de casa e no dia seguinte precisam pegar ônibus, trem, e trabalhar para sustentar seus filhos. Essas mulheres precisam de voz e um olhar das políticas públicas para questões sociais básicas de vida, para que ações de amparo sejam tomadas perante a questão desta vulnerabilidade.

A Virada Feminina tem embasamento legal na lei municipal nº 16.763 de 06/12/2017 e integra o calendário de eventos da cidade de São Paulo.

Segundo relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (2023) quase 30% das brasileiras, relatam ter sofrido algum tipo de violência, ou seja, 18,6 milhões de mulheres acima de 16 anos. Os feminicídios e   homicídios tiveram crescimento de 2,6 % este ano comparado a este período do ano passado e os estupros e estupros de vulnerável, apresentaram um crescimento de 14,9%. Só em São Paulo o crescimento dos feminicídios teve um aumento de 33,7%.

A Virada tem 108 mulheres voluntárias envolvidas para que esse movimento possa facilitar a realização de projetos concretos entre instituições, ações comunitárias como saúde, atendimento psicológico ,   criação  de políticas públicas e  empreendedorismo, através de empresas que se sensibilizem com essa causa  para auxiliar efetivamente  a atender essas mulheres que precisam deste caminho para reconstruir suas vidas e diminuir os números de  feminicídios no Brasil.

O evento espera receber um público entre 2000 e 2500 pessoas e terá 13 painéis com debates, depoimentos, sessão de cinema, música , apresentação de artistas de áreas carentes e discussões que possam ter caminhos concretos. São vários grupos de trabalho que envolvem: Saúde,  Cultura , Educação e tecnologia, Gênero e Etnia, LGBTIQIA+,  Povos Originários ,Violência Contra mulheres , PCDs, violência  contra mulheres rurais, mulheres idosas ,migrantes e grupo de mulheres em vulnerabilidade nas ruas.

Sobre a Virada Feminina

Em 2017 foi criada a Virada Feminina em São Paulo, por um grupo de destacadas lideranças femininas cuja presidente é a Sra. Marta Livia Suplicy.  A instituição avançou em busca de dar visibilidade ao olhar feminino junto a sociedade. 

A iniciativa destas mulheres, Maria Gabriela Mansur, Albertina Takiuti, Dalva Cristofoletti da Silva, Soraya Santos e Marta Livia Suplicy, resultou nesse projeto, que hoje ajuda milhares de mulheres no Brasil, Itália, Emirados Árabes Unidos e Argentina.

O grupo está formado há 7 anos criando oportunidades para discussões e resoluções que envolvem temas de violência doméstica, equidade de gênero e empreendedorismo, para que possam dar maior visibilidade às mulheres de todas as classes sociais, mas principalmente aquelas vivem nas comunidades, contribuindo para uma sociedade mais justa e igualitária, independente de gênero ou raça.