Milei x Massa: quem será o próximo chefe do Executivo?

Após definição de cenário para o segundo turno argentino, eleitores da terceira colocada, Patricia Bullrich, têm migração incerta

 

Embora especialistas tenham a tendência de enxergar Massa como favorito, o cenário que se mostrará ao final do segundo turno argentino ainda é considerado uma incógnita. Neste momento, tudo começa de novo: a atração de votos e as estratégias que cada candidato usará para lograr isso.

 

De um lado, um candidato vestido com o véu do peronismo, atual ministro da Economia do país vizinho, mas com origens políticas conservadoras liberais, inclusive com propostas que incluem soluções pró-mercado. Teria isso levado ao seu surpreendente desempenho nas urnas ontem (22)? Fato é que a sua capacidade de persuadir a maioria dos argentinos, em particular os eleitores moderados de Patricia Bullrich, sobre o potencial risco de um governo Milei, é o que, na opinião de analistas, determinará o sucesso de Massa, mais do que sua gestão atual.

 

De outro, o economista anarcocapitalista Javier Milei, inicialmente o favorito das eleições, surpreendeu ao ficar em segundo lugar. Ainda é cedo para dizer, mas uma possível vitória de Milei mostra que a insatisfação popular é o tema central da disputa deste ano, e confirmaria uma tendência cada vez mais cristalina na América Latina: candidatos à presidência que não conseguem se reeleger ou eleger seus sucessores.

 

A cientista política Camila Miele, da Universidade de Buenos Aires (UBA), afirma: “No segundo turno, costuma prevalecer o voto racional. Uma parte do eleitor de Bullrich que é antikirchnerista vai se transferir a Milei, mas não todos. Milei causa medo e fez ataques muito duros ao eleitor dela, que é mais velho e religioso. Disse coisas como ‘velhos mijões’ e ofendeu o papa Francisco”.

 

Já Andrei Roman, CEO da empresa brasileira de pesquisas AtlasIntel, uma das únicas que previam a liderança de Massa, tem visão contrária. Ele acha que quem chega como favorito ao segundo turno seja Javier Milei, a partir da análise do espectro político dos outros candidatos do primeiro turno. Segundo ele, “já vimos diversas eleições na América Latina em que o resultado parecia claro na noite anterior e depois mudou.”

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