Da esquerda à direita: quem é Bukele, o autodeclarado presidente reeleito de El Salvador

Nayib Bukele declarou a própria reeleição à presidência de El Salvador antes mesmo das urnas serem fechadas neste domingo (4). As pesquisas de boca de urna apontavam que ele tinha cerca de 87% das intenções de voto, o que foi suficiente para anunciar sua vitória para os milhares de apoiadores que o esperavam em frente ao Palácio Nacional.

Atualmente considerado um dos ícones da direita latino-americana, Bukele possui uma trajetória política peculiar. Seu pai, Armando Bukele, era apresentador de TV e tinha ligações com líderes da Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN), grupo armado de esquerda que formou um partido político de orientação socialista nos anos 90.

Foi trabalhando em uma agência de publicidade para o partido de esquerda que Nayib Bukele começou a se interessar por política. Em 2012, foi eleito prefeito de Nuevo Cuscatlán, cidade de 6 mil habitantes, pelo FMLN. Apesar de ser filiado à sigla, ele já não utilizava a identidade visual com  o tradicional vermelho dos socialistas em sua campanha, dando lugar ao azul celeste.

Em 2015, chegou à prefeitura de San Salvador, a capital do país, naquela que foi sua última eleição pelo FMNL. Na disputa pela presidência, em 2019, Bukele rompeu com o partido, que tinha a pretensão de lançar outro candidato, e conseguiu superar sua antiga sigla, se tornando um dos líderes mais novos a ganhar uma eleição presidencial, aos 37 anos.

Durante o seu governo, Nayib Bukele foi se posicionando cada vez mais à direita e se tornou um sucesso, especialmente entre o eleitorado mais jovem. O mandatário de El Salvador é um fenômeno nas redes sociais, e chegou a interromper um discurso na Organização Mundial das Nações Unidas (ONU) para tirar uma selfie,

A sua principal bandeira é o combate ao crime organizado. Durante o seu primeiro mandato, o país na América Central se tornou uma das nações que mais prende pessoas no mundo. Como consequência, a taxa de homicídios, que girava em torno dos cem a cada 100 mil habitantes, caiu para 2,4 a cada 100 mil habitantes no ano passado.

Apesar de resolver com os problemas de segurança pública, o combate à criminalidade continuou sendo uma das principais pautas de Bukele. Os opositores acusam o presidente de negociar diretamente com grupos criminosos, oferecendo benefícios em troca de uma trégua. O governo nega as acusações. 

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