Taxação de super-ricos e medidas contra a China: o que esperar do G7

Há menos de um mês para a Cúpula do G7, formada pelas principais potências industriais globais, que será realizada de 13 a 15 de junho, em Puglia, na Itália, países membros já indicaram algumas das principais pautas que permearão os debates. 

Reunidos desde a semana passada, ministros e representantes de bancos centrais dos países do grupo emitiram uma nota, na qual destacam os impactos negativos que a China tem sobre as economias de seus parceiros comerciais. No texto, expressaram a intenção de adotar medidas para assegurar condições justas de competição, alinhadas com os padrões da OMC (Organização Mundial do Comércio).  “Enquanto reafirmamos nosso interesse em uma colaboração equilibrada e recíproca, expressamos preocupações sobre o uso abrangente de políticas e práticas não mercadológicas pela China, que prejudica nossos trabalhadores, indústrias e resiliência econômica”.

No rol dos membros do G7 encontram-se a Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido. Segundo informações da Xinhua, agência de notícias estatal chinesa, as trocas comerciais da China tiveram um aumento de 5% em termos de yuan (a moeda chinesa) no primeiro trimestre de 2024. Em 14 de maio, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou um incremento nas tarifas sobre produtos provenientes da China. No caso específico dos veículos elétricos, as taxas de importação quadruplicaram, passando de 25% para 100% ao longo do ano de 2024. O governo Biden justificou essa medida como uma forma de resguardar os fabricantes norte-americanos das alegadas “práticas comerciais injustas” do país asiático.

Brasil pede taxação global de super-ricos

Na próxima semana, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, viaja para o Vaticano, onde intensificará seus esforços pela tributação dos mega-ricos em nível internacional. Haddad participa do workshop “Enfrentando a crise da dívida no Sul Global”, uma iniciativa promovida pela Pontifícia Academia de Ciências Sociais, ligada à Santa Sé, com data marcada para 3 de junho.

A administração de Lula tem como pilar político a taxação dos super-ricos para financiar ações de combate à fome e às mudanças climáticas. Contudo, os Estados Unidos se opõem a essa medida. Haddad já defendeu essa proposta em reuniões do G-20, cuja presidência está sob responsabilidade do Brasil este ano. O Palácio do Planalto espera que o tema seja inserido na pauta do G-7, após discussões no Vaticano. O Papa Francisco e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estão confirmados para participar da cúpula do G-7.

Apoio à Ucrânia

As principais autoridades dos países do G7 também declararam sua intenção de estabelecer uma posição unificada sobre a importância de fornecer auxílio financeiro à Ucrânia. As observações feitas pelas autoridades indicam que não haverá detalhes específicos sobre a pressão dos Estados Unidos por um empréstimo à Ucrânia, financiado pela receita futura proveniente de cerca de US$ 300 bilhões em ativos russos congelados.

“Estaremos apresentando uma proposta para usar os lucros inesperados dos ativos russos nos próximos anos”, disse o ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire.

 

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