Eduardo Leite: Lições de Davos e compromissos globais

Por Eduardo Leite
Governador do Rio Grande do Sul

Anualmente, o mundo se reúne em Davos para debater o presente e projetar o futuro. Em 2023, fui convidado pela organização e resolvi participar do encontro com o objetivo de aproximar o Rio Grande do Sul destas discussões de alcance global. Entendo que vivemos um momento singular no mundo, mas também no nosso Estado. Vencidos os desafios do nosso primeiro ciclo de governo, neste segundo ciclo, até 2026, temos que melhorar o desempenho das políticas públicas e acelerar as nossas ações de desenvolvimento, tornando particularmente produtivas e estratégicas as conexões internacionais que estabelecemos. É hora de multiplicarmos pontes.

Como balanço da viagem, um primeiro tópico a destacar foi a interação que tivemos com representantes da iniciativa privada e de outros governos. Para além do potencial que este tipo de aproximação oferece em termos de parcerias, colaborações e novos investimentos, o fórum também funciona como um hub global para reafirmarmos os compromissos coletivos que temos enquanto humanidade. Temos muitos desafios, em especial em relação às responsabilidades compartilhadas, como o cuidado com o planeta e suas relações ambientais, climáticas, políticas e sociais.

Ainda no quesito ambiental, a presença do Rio Grande do Sul nos permitiu apresentar as oportunidades ligadas ao setor energético no Estado. Por exemplo: estamos trabalhando em várias frentes com o objetivo de viabilizar a implantação de uma planta de hidrogênio verde no Estado, o que nos colocaria no epicentro desta nova matriz sustentável de energia, valorizando e consolidando nossas evidentes vantagens competitivas.

Tivemos a oportunidade de conversar com autoridades internacionais a respeito da necessidade de apoio técnico e tecnológico para tornar mais eficiente a fiscalização e o poder de polícia para chegar aos responsáveis por derrubar florestas. Também avançamos em entendimentos sobre a produção agrícola, um desafio especial que temos, já que a maior parte da emissão de gases do efeito estufa no Estado se relaciona ao uso da terra. Uma das possibilidades discutidas: firmar parcerias para garantir produção agrícola sustentável e aperfeiçoamento de técnicas de manejo de pastagens, com o intuito de neutralizar o carbono emitido pela atividade rural.

Asseguro que a presença na Suíça deu visibilidade ao Rio Grande do Sul em um fórum que continua influenciando o debate internacional. Sublinhamos as medidas que adotamos para a redução da desigualdade, o combate à pobreza, o enfrentamento da criminalidade, a modernização da máquina pública e a indução do desenvolvimento econômico e social – enfim, mostramos como viramos o jogo. Este conjunto de iniciativas elevou a nossa competitividade e resultou em uma melhoria consistente na qualidade de vida da população gaúcha. Certamente, demos mais um passo na direção da internacionalização, que deve ser compromisso de um governo com visão de futuro.

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