No último ano sob o comando de Clovis Tramontina, empresa que leva o nome da família registra faturamento histórico superior a R$ 10 bilhões em 2021

De saída da presidência do conselho de administração da empresa que comandou nos últimos 30 anos, Clovis Tramontina anunciou faturamento histórico superior a R$ 10 bilhões em 2021. Os resultados positivos vão além. A Tramontina também registrou durante a pandemia recorde nas exportações e a contratação de mais de 2 mil funcionários, elevando o total para 10,7 mil colaboradores.

Em entrevista coletiva antes de reunião-almoço promovida pela Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande Sul (Federasul), realizada na semana anterior, em Porto Alegre, ele falou sobre 2021:

“Ano maravilhoso! É a primeira vez que vamos fechar acima de R$ 10,1 bilhões na história. Isso até novembro. Ainda temos todo dezembro. Eu gostaria que fechasse R$ 11 bi, mas acho que vai ser difícil.”

O crescimento foi puxado pelo que considera “a menina dos olhos da empresa” – a venda de panelas: “Na pandemia as pessoas olharam muito para dentro de casa”, explicou.

Sobre 2022, ele antecipou:

“Vai ser um bom ano, tem tudo para isso. É um ano de eleições, pode dar alguma turbulência, mas com as turbulências também surgem outras oportunidades. E nós vamos em busca das oportunidades.”

Talento para forjar aço e líderes

O desempenho da empresa chama a atenção do mercado, mas não surpreende. Por mais de um século o nome Tramontina esteve relacionado à transformação do aço e, sobretudo, à inovação. Hoje a marca produz 22 mil itens em um parque industrial com unidades instaladas no Rio Grande do Sul, Pará e Pernambuco. Engana-se, porém, quem acha que o metal é a principal matéria-prima para esse grupo que vende para o mercado interno e exporta para mais de 120 países. A maior riqueza do modesto empreendimento iniciado em 1911, em Carlos Barbosa, no interior do Rio Grande do Sul, é identificar e promover talentos.

O atual presidente costuma dizer que o negócio do grupo é o aço, mas a prata da casa, o verdadeiro tesouro, são as pessoas. É para multiplicar esse capital de forma mais ampla que Clovis Tramontina, depois de 30 anos no comando da empresa, se dedicará a partir do ano que vem. Em vez de aposentar-se, vai trabalhar com afinco na formação de líderes políticos e empresariais. Em seu lugar assumirá Eduardo Scomazzon, indicado pela família Scomazzon, sócia da Tramontina.

A ausência de lideranças políticas e empresariais no atual momento o motivou para deflagrar a próxima etapa. Decidiu investir na formação de líderes verdadeiros, que pensem como a sociedade pode crescer. “Não em crescer sozinhos”, ressaltou.

Aos 65 anos, Clovis notabilizou-se pela liderança carismática e pela expansão do negócio. Tramontina é uma das empresas brasileiras mais globalizadas. O mercado externo representa 30% da receita.

A preocupação em formar líderes foi forjada dentro do próprio grupo. Investimentos em tecnologia, design e inovação foram fundamentais e essenciais para consolidação do empreendimento ao longo de mais de um século. Mas nada disso teria importância sem valorização pessoal. Em artigo, ele escreveu:

“Valorizar pessoas é o nosso valor mais importante. Não é apenas discurso, mas uma realidade. Apostamos no crescimento profissional e pessoal das nossas equipes.”

A busca por talentos e líderes sempre foi uma marca da gestão do empresário. Em vez de olhar o mercado em busca de quem promover ou contratar, sempre buscou talentos dentro das próprias unidades:

“Procuramos dar oportunidades para a nossa gente, insistindo na formação e no treinamento constantes. Pessoas felizes, que trabalham felizes, fazem uma empresa melhor, mais confiável e com mais qualidade.”

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