Bolsonaro se apresenta como alternativa ética da eleição presidencial

Líder em todas as pesquisas de opinião, o candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) apresentou, nesta quarta-feira (29), suas propostas para um auditório lotado no Brasil de Ideias – Especial Presidenciáveis. No evento promovido pela Revista VOTO, no Hotel Sheraton de Porto Alegre/RS, ele detalhou seus planos para economia, segurança, agronegócio e comércio exterior caso seja eleito.

Para um público formado por empresários, políticos e jornalistas, o deputado federal carioca defendeu uma série de medidas para a redução do tamanho do Estado brasileiro. Questionado sobre as privatizações que pretende fazer, Jair Bolsonaro destacou que tomará as decisões com base em estudo elaborado por Paulo Guedes, coordenador econômico de seu programa de governo e nome apontado como ministro da Fazenda em seu eventual governo.

“Vamos extinguir de imediato as 50 estatais que o PT criou ao longo de 13 anos. A mais importante, que vem até de antes desse período, é a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que gasta R$ 1 bilhão por ano para acomodar jornalistas de esquerda aposentados”, reforçou o candidato. “Pode ter certeza: dá para se desfazer de dois terços da estatais e aliviar o peso do Estado em quatro anos”.

Porém, afirmou ter ressalvas em adotar essa medida para determinadas empresas. “Quanto às estratégicas, não podemos jogar para cima e ‘quem pegar, pegou’”, expressou, acrescentando que não vê com bons olhos transferir o comando do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal à iniciativa privada.

O presidenciável do PSL também descartou a possibilidade de subir os impostos como forma de equilibrar as contas, mencionando os exemplos do presidente americano Donald Trump da ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher, que diminuíram a carga tributária e geraram resultados positivos na economia. “Temos de facilitar a vida de quem quer abrir e, também, fechar empresas. Precisamos avançar na desburocratização e na desregulamentação”, propôs, ponderando que as medidas não dependem só do presidente, mas também das legislações estaduais e municipais.

Bolsonaro avaliou que o Brasil “vive ainda de extrativismo”, com uma prejudicial predominância de commodities entre os itens exportados. “Não agregamos valor ao que produzimos. Qual o país que mais ganha café no mundo? É a Alemanha, que não planta um pé de café”, apontou. Em defesa da propriedade privada, foi taxativo ao criticar sobre as invasões: “Temos de identificar as ações do MST [Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra] e do MTST [Movimento dos Trabalhadores Sem Teto] como terrorismo, buscando inibi-las na lei”.

Posição frequente em suas manifestações, Jair Bolsonaro argumentou que o Estado brasileiro deve ser mais firme no combate à violência. “Não quero dar carta branca para o policial matar, mas para ele não morrer. Se o outro lado, que está fora da lei, tem potencial de fogo, nós precisamos ter no mínimo o dobro disso do lado de cá”, declarou. “Não quero que ninguém sofra na cadeia. Mas, se o Brasil não tiver recursos para fazer novas penitenciárias, dependendo de mim, vamos encher as que existem”.

Questionado sobre como reverter os índices negativos do país na educação, ele analisou que o problema não será superado em apenas quatro anos. “Temos de desfazer muita coisa. Precisamos reestabelecer a autoridade do professor na sala de aula e expulsar [a visão de] Paulo Freire”, respondeu, denunciando um processo de doutrinação de esquerda entre as escolas.

Buscando se diferenciar de seus adversários, o presidenciável se comprometeu a escolher pessoas competentes para sua equipe, “sem a velha política do toma-lá-dá-cá”. Segundo ele, ao término das eleições, os presidentes anteriores desconsideraram seus planos de governo e dividiram diretorias de bancos e comandos de estatais e ministérios para “atender interesses de seus partidos, e não da população brasileira”.

Ao ser perguntado como pretende superar o alto índice de rejeição e vencer as eleições, foi taxativo: “Não vou ser o Jairzinho paz e amor. As cartas estão na mesa”. No encerramento do Brasil de Ideias, Jair Bolsonaro salientou que é possível mudar o destino do Brasil. “Nós somos a maioria, os verdadeiros trabalhadores. Somos conservadores e respeitamos a família”.

O deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM), que introduziu o candidato, destacou que ele está conectado com uma demanda histórica da população brasileira. “Há mais de 40 anos, este país espera a chance de poder ver as ideias liberais e conservadoras fazerem uma aliança e ter alguém que as simbolize. Nós, brasileiros, descobrimos que essas ideias têm um líder”, afirmou o parlamentar.

Brasil de Ideias

A publisher da Revista VOTO, Karim Miskulim, ressaltou que o Brasil de Ideias é um “espaço plural sempre aberto para ouvir, aprender e, principalmente, para construir”. “Um dos nossos maiores princípios é acreditar na política como instrumento de transformação. Ao longo da nossa história, sempre entendemos que não é negando a política que avançaremos como sociedade próspera”, disse Karim.

Há sete anos estimulando o debate, o Brasil de Ideias tem o patrocínio das empresas Carrefour, FM Logistic e Souza Cruz. Até a eleição de outubro, candidatos ao Planalto estarão no evento para tratar das mais importantes pautas do País. João Amoêdo (Novo) e Geraldo Alckmin (PSDB) já participaram, enquanto Marina Silva (Rede) e Henrique Meirelles (MDB) estão pré-agendados para setembro.

Fotos: Jefferson Bernardes /Agência Preview

 

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  • Geraldo Alckmin no Brasil de Ideias, em Porto Alegre. FOTO: Jefferson Bernardes/ Agência Preview

  • Geraldo Alckmin no Brasil de Ideias, em Porto Alegre. FOTO: Jefferson Bernardes/ Agência Preview

  • Geraldo Alckmin no Brasil de Ideias, em Porto Alegre. FOTO: Jefferson Bernardes/ Agência Preview

  • Geraldo Alckmin no Brasil de Ideias, em Porto Alegre. FOTO: Jefferson Bernardes/ Agência Preview

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